Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



domingo, 16 de outubro de 2011

Traição, perdoar ou não??

Perdoar uma traição não é uma das coisas mais fáceis de fazer...

É preciso gostar muito e acreditar que vale a pena investir numa relação para que esse processo aconteça de verdade. Sim, é um processo e exige muita paciência da parte do "traidor", assim como um enorme investimento de energia de ambos. O traído muitas ddas vezes não consegue voltar a confiar...

Em primeiro lugar, temos que saber o motivo da traição, o que fez com que o cônjuge procurasse ou simplesmente se envolvesse com outra pessoa mesmo estando comprometido. Muitos podem ser os motivos, mas nem por isso estou justificando o facto.

Geralmente, o relacionamento vem se desgastando há algum tempo e ambos os elementos da relação não se dão conta disso, estão acomodados a uma rotina e convivência diária. Não percebem que, no fundo, o sentimento que têm um pelo outro está desgastado, enfraquecido, e não o alimentam. A vida sexual já não é como antes, a vida corrida e atribulada do dia-a-dia faz com que o casal quase não tenha tempo para si, distanciando-se cada vez mais; deixando de lado os momentos românticos e atitudes de afecto que um dia foram importantes na conquista de um pelo outro. No fundo há um desinvestimento do outro. As pessoas esquecem-se de quem está ao seu lado e começam a viver unicamente a corrida do dia a dia: casa. trabalho, escola, filhos trabalho....

De repente alguém novo aparece, elogiando como você está vestida/o, reparando que cortou o cabelo, valorizando atitudes pequenas, interessado/a na sua vida,  com uma conversa envolvente que flui, sem reparar em nas suas manias e/ou defeitos. Difícil resistir, certo? Pois é aí que entra a nossa consciência com o "superego" dizendo: "Não faças isso, tu é casada (o)!", ou o "id" contrapondo: "Vá em frente, o que você tem a perder?". Podemos nos sentir atraídos por outras pessoas fora do casamento, mas temos a opção de nos deixar levar ou não por esse desejo, muitas vezes quase irresistível.

Bem, você caiu em tentação. Dá pra perdoar? Tudo depende...

Já presenciei várias histórias de casais que se aproximaram como nunca após um episódio de traição. Isso é possível quando, após a descoberta do facto, ambos se propõem a discutir profundamente sobre tudo que não está bem na relação, através de uma terapia de casal. Este é um processo extremamente importante para que as pessoas consigam ultrapassar as suas fragilidades. Neste processo de terapia,  geralmente os elementos do casal comprometem-se a mudar, recomeçando o casamento. Sim, é um recomeço e requer muito trabalho até o traído voltar a sentir confiança em quem o traiu. E sim, é um processo muito complicado para a pessoa que foi traida. As desconfianças, as inseguranças, os medos fazem parte do dia a dia do casal. O traidor por muito que peça desculpa e dizer "já não se passa nada", é muito complicado alguém voltar a confiar....

Um dos maiores problemas enfrentados pelos casais em crise é a falta de diálogo, o acumular de situações desagradáveis para ambos que não podem ser expressas pelo medo da reacção do parceiro. O medo de magoar ou causar uma discussão indesejável acaba instalando o silêncio, que com o tempo só prejudica o casal. Não se fala do que não está bom, acumulam-se insatisfações e frustrações, o que pode dar margem à vontade de estar com alguém que não o frustre tanto. Entender os motivos que levaram uma pessoa a trair provocará uma auto-avaliação de cada um na relação, e fará com que ambos assumam sua responsabilidade na manutenção do amor. É preciso alimentá-lo sempre!

Só cabe o perdão onde ainda existe amor e o arrependimento sincero de quem traiu. É possível reconstruir uma relação pautada em novos moldes de funcionamento, e em especial, num diálogo franco e atitudes transparentes.

Quem disse que é fácil manter um casamento feliz sem momentos de crise? O importante é saber superá-las e tirar o maior proveito para nosso crescimento....

2 comentários:

  1. Olá!
    Parabéns pelo blogue!

    Ultimamente tenho-me sentido muito zonzo, começa de repente sem razão aparente e termina da mesma forma. Sinto isto várias vezes ao dia. Depois de alguns exames o médico disse-me que não há motivo para procupação e que pode ser uma questão de ansiedade.

    Acha possível? Acha possível sentir-me zonzo por uma questão de ansiedade?!

    Muito Obrigada.

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  2. Ola boa noite:

    Antes de mais, obrigado pela referêcnia realizada ao blog, é muito positivo sentir que aquilo que escrevo tem "eco" em algumas pessoas.

    Respondendo agora à sua questão: de facto o sentir-se zonzo poderá ter um fundo e uma causa emocional, que poderá ser a ansiedade. Aquilo que me parece ter neste momento é aquilo a que chamamos de "somatização". Quando alguém diz que a pessoa está a somatizar está a dizer que a pessoa apresenta sintomas físicos mesmo não havendo uma doença física - a causa destes sintomas é emocional.

    Quando usamos o termo “doença psicossomática” dizemos que a causa é psicológica, mas a pessoa apresenta alterações clínicas detectáveis por exames de laboratório, ou seja, o corpo da pessoa está a ter danos físicos. É uma doença física, verdadeira mas com causa psicológica, ou seja, a doença apareceu no corpo, como uma alergia por exemplo. Neste caso a pessoa deve tratar tanto com o psicólogo como com o médico. Com o médico ela trata o corpo, e com o psicólogo trata a mente - a cabeça, as emoções.

    No seu caso, o facto de sentir tonturas, poderá ter uma causa emocional. Está a atravessar uma fase de stress? Conflitos? Terá de parar para pensar no que tem sido os seus dias ultimamente. Ajudou?

    Para mais questões, que poderá colocar as que quiser, peço que me contacte para o meu email pessoal.

    Cumprimentos

    Dra. Carolina Mesquita

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Ha razao para ir ao psicólogo? Escreva-me e exponha o que sente, o que o perturba, o que precisa de esclarecer na sua cabeça....