Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



domingo, 30 de outubro de 2011

Pais equilibrados, filhos bem educados

Sente-se num dilema entre manter as suas ordens e ceder às pressões, diante de tanta desobediência e rebeldia do seu filho?


"Tu não pode ver TV, primeiro fazes os trabalhos de casa!". Quantas vezes o seu filho fez cara feia, revoltou-se ou desobedeceu a ordens como esta ?


A maioria dos pais sabe da necessidade de impor limites e regras às crianças. Porém, poucos estão certos de qual a melhor forma de colocá-los e de como agir diante dos "rebeldes" que, mais do que "burlar" as regras, parecem testar até onde vai a paciência e os limites dos pais.


Saiba que não adianta nada embarcar numa batalha ou braço de ferro sem fim com o seu filho. Isso só contribuirá para que você "perca a cabeça" e tome decisões ou atitudes impensadas e precipitadas. Isso pode render-lhe alguns quilinhos a mais na consciência, ou um sentimento de culpa mais tarde. Deixar-se levar pelo cansaço ou pela raiva é o melhor caminho para ceder às pressões e vontades do seu "pequeno chantagista", ou acabar por lançar mão da força física, artifício ineficaz e ultrapassado.


Equilíbrio e bom senso devem estar sempre presentes, não somente na hora de punir o seu filho, como também quando for explicar e sugerir as suas regras e ordens. Procure ser consistente e evite mudar de opinião, a despeito das pressões e reivindicações da criança. Além de contribuir para a boa educação do seu pequeno, essa medida reduz atritos e discussões desnecessárias.


Não deixe de criticar o seu filho quando julgar necessário. Porém, tome o cuidado de "deixar claro que não aprovou a atitude da criança, mas que continua a gostar dela mesmo assim".

Merecer a Liberdade
Liberdade é uma questão de competência e responsabilidade. Quanto mais competente e responsável for o seu filho, maior liberdade sentirá na sua vida, mas isso ganha-se assumindo os compromissos com responsabilidade. Os pais apresentam regras que devem ser cumpridas. Caso contrário, a criança jamais poderia desenvolver as suas próprias competências. Afinal, sem conhecer com clareza os limites não se aprende a ultrapassá-los. A diferença está entre impor regras sem explicações ("é assim porque sou o teu pai e sei o que é melhor para ti"!) e explicá-las de forma clara ("tu tens de escovar os dentes, senão eles ficarão podres").

SEJA FIRME E SERENO
 
Não tente competir com a criança ou jovem. As regras têm de ser claras e as possíveis excepções têm de ser definidas para que não se transformem em precedentes. NUNCA se deve ceder a chantagens. Para não perder a cabeça com as birras, fuja do espetáculo ou olhe para outro lado. Sempre que entrar numa luta pelo poder sairá, sempre, derrotado.  A menos que queira criar um chantagista e, posteriormente, arcar com as consequências.


SACRIFÍCIO TAMBÉM EDUCA

Para muitos pais, garantir o conforto material traduz-se em mimos, que resultam em incentivos ao consumo. Importante é manter a coerência pelo exemplo que você dá ao seu filho. Não lhe faça todas as vontades, nem dê uma resposta imediata aos desejos manifestados, saber esperar, ter a noção do preço do dinheiro, dar a entender que temos que lutar para merecer o que queremos é extremamente importante no desenvolvimento do seu filho, caso contrário criamos parasitas delinquentes e deprimidos sem projectos no futuro.

PUNIÇÕES

O castigo faz parte do processo educativo. Não se trata de vingança nem de penitência. Mas tenha cuidado para não exagerar na dose. Por exemplo: não faz sentido proibir o seu filho de ver televisão durante uma semana porque ele não comeu as verduras ou a fruta. Seja consistente nas suas exigências: foque-se no comportamento da criança, não no resultado dele. Isso significa que manter os cadernos em ordem e as lições em dia, por exemplo, devem ser o parâmetro, não a nota alcançada no final do ano. Toda a punição tem de ser aplicada imediatamente após a falta, não um mês depois ou "quando seu pai chegar".

AGRESSÃO FÍSICA 


Jamais apele para as palmadas. Violência só gera violência. Uma criança que é agredida aprende que a diferença de força física é um recurso válido para resolver um conflito. Isso despertará nela uma vontade de se vingar quando for mais crescida. Dai a existência e o "boom" de casos de bullyng que hoje em dia se vê nos meios de comunicação Social. As crianças, muitas delas, aprendem durante o seu desenvolvimento que a violência fisica pode ser a forma mais "fácil" de resolver qualquer problema. As palmadas são o sinónimo da falta de recursos que resultam da fragilidade e da dificuldade de lidar com a própria impotência diante da teimosia de uma criança que se recusa a obedecer. Ninguém acredita que com palmadas criará indivíduos íntegros, honestos que tenham auto-estima e sejam pessoas seguras, idóneas e responsáveis.



Finalmente: O que é então importante para criar um filho bem-educado e pleno de auto-estima?

Aqui sugerem-se algumas guidelines do que será suposto desenvolver com o seu filho enquanto ele cresce...

1 - Mesmo que tenha pouco tempo, quando estiver a ouvir, escute mesmo.

2 - Deixe-os expressar sentimentos, mesmo negativos. Evite o discurso: "Não se chora", "Isso não é nada", "Tem coragem".

3 - Quando apropriado, deixe que eles tomem as próprias decisões.

4 - Trate-os com cortesia. Respeite os seus espaços e possessões, diga‑lhes se faz favor e obrigado.

5 - Dê-lhes bastante encorajamento e afecto, mas na justa medida. Falsos louvores só levam a uma falsa percepção das capacidades. Valorize mais o esforço que fazem do que o rendimento que obtêm.

6 - Use a empatia. Quanto melhor entender as crianças e jovens, menos paciência precisará para lidar com eles, pois estará a perceber o seu ponto de vista. Ajude-o a desenvolver a empatia levando-o a partilhar sentimentos, bons e maus. Vá-lhe perguntando como se sente e se ele entende como os outros se sentem.

7 - Evite expressões como: "Tu deves, porque eu quero, não há discussão, vai imediatamente, cala-te." Ninguém gosta de ser mandado, tenha a idade que tiver.

8 - Partilhe com ele aquilo que você  gosta, valoriza e ama. Dê-se mais.

9 - Seja entusiasta; positivo e alegre.  Ensine-as que é bom exprimir os nossos sentimentos, que não faz mal estar nervoso ou zangado. O que se faz com essas emoções é que convém controlar, para não provocar sofrimento nos outros.

10 - Quando as crianças chegam a casa, e lhes perguntamos como correu o dia, tendem a responder com algum episódio negativo. Experimente perguntar-lhe: "Fala-me das coisas mais giras do teu dia."



 


2 comentários:

  1. A parte da violência tendo transmiti-la a meio mundo que conheço, mas acreditas que ninguém me leva a sério? Toda a gente que me rodeia apoia as palmadinhas, menos eu. Sim, não tenho filhos ainda mas isso não me impede de ter esta opinião sobre o assunto. Costumo ler bastante sobre o assunto, até via reportagens num canal francês (casos reais) onde se falava de tudo o que aqui está.
    Adorei o texto, vou partilhá-lo pelo facebook.
    Beijinhos

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  2. Ola tixa....


    Na minha opiniao as crianças não devem ter como modelo de crescimento a violência. Quem considera que uma "palmada nem faz mal" não se consegue de todo meter no papel da criança e perceber que ninguem, seja adulto ou criança, gosta de proseguir objectivos, nos casos da criança: crescer. Obrigado pelos seus comments sempre tão positivos aqui no blog, obrigado por o interesse manifestado e é realmente importante que vá partilhando pelo facebook os posts que vou colocando, agradeço :)

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Ha razao para ir ao psicólogo? Escreva-me e exponha o que sente, o que o perturba, o que precisa de esclarecer na sua cabeça....