Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



domingo, 30 de outubro de 2011

Pais equilibrados, filhos bem educados

Sente-se num dilema entre manter as suas ordens e ceder às pressões, diante de tanta desobediência e rebeldia do seu filho?


"Tu não pode ver TV, primeiro fazes os trabalhos de casa!". Quantas vezes o seu filho fez cara feia, revoltou-se ou desobedeceu a ordens como esta ?


A maioria dos pais sabe da necessidade de impor limites e regras às crianças. Porém, poucos estão certos de qual a melhor forma de colocá-los e de como agir diante dos "rebeldes" que, mais do que "burlar" as regras, parecem testar até onde vai a paciência e os limites dos pais.


Saiba que não adianta nada embarcar numa batalha ou braço de ferro sem fim com o seu filho. Isso só contribuirá para que você "perca a cabeça" e tome decisões ou atitudes impensadas e precipitadas. Isso pode render-lhe alguns quilinhos a mais na consciência, ou um sentimento de culpa mais tarde. Deixar-se levar pelo cansaço ou pela raiva é o melhor caminho para ceder às pressões e vontades do seu "pequeno chantagista", ou acabar por lançar mão da força física, artifício ineficaz e ultrapassado.


Equilíbrio e bom senso devem estar sempre presentes, não somente na hora de punir o seu filho, como também quando for explicar e sugerir as suas regras e ordens. Procure ser consistente e evite mudar de opinião, a despeito das pressões e reivindicações da criança. Além de contribuir para a boa educação do seu pequeno, essa medida reduz atritos e discussões desnecessárias.


Não deixe de criticar o seu filho quando julgar necessário. Porém, tome o cuidado de "deixar claro que não aprovou a atitude da criança, mas que continua a gostar dela mesmo assim".

Merecer a Liberdade
Liberdade é uma questão de competência e responsabilidade. Quanto mais competente e responsável for o seu filho, maior liberdade sentirá na sua vida, mas isso ganha-se assumindo os compromissos com responsabilidade. Os pais apresentam regras que devem ser cumpridas. Caso contrário, a criança jamais poderia desenvolver as suas próprias competências. Afinal, sem conhecer com clareza os limites não se aprende a ultrapassá-los. A diferença está entre impor regras sem explicações ("é assim porque sou o teu pai e sei o que é melhor para ti"!) e explicá-las de forma clara ("tu tens de escovar os dentes, senão eles ficarão podres").

SEJA FIRME E SERENO
 
Não tente competir com a criança ou jovem. As regras têm de ser claras e as possíveis excepções têm de ser definidas para que não se transformem em precedentes. NUNCA se deve ceder a chantagens. Para não perder a cabeça com as birras, fuja do espetáculo ou olhe para outro lado. Sempre que entrar numa luta pelo poder sairá, sempre, derrotado.  A menos que queira criar um chantagista e, posteriormente, arcar com as consequências.


SACRIFÍCIO TAMBÉM EDUCA

Para muitos pais, garantir o conforto material traduz-se em mimos, que resultam em incentivos ao consumo. Importante é manter a coerência pelo exemplo que você dá ao seu filho. Não lhe faça todas as vontades, nem dê uma resposta imediata aos desejos manifestados, saber esperar, ter a noção do preço do dinheiro, dar a entender que temos que lutar para merecer o que queremos é extremamente importante no desenvolvimento do seu filho, caso contrário criamos parasitas delinquentes e deprimidos sem projectos no futuro.

PUNIÇÕES

O castigo faz parte do processo educativo. Não se trata de vingança nem de penitência. Mas tenha cuidado para não exagerar na dose. Por exemplo: não faz sentido proibir o seu filho de ver televisão durante uma semana porque ele não comeu as verduras ou a fruta. Seja consistente nas suas exigências: foque-se no comportamento da criança, não no resultado dele. Isso significa que manter os cadernos em ordem e as lições em dia, por exemplo, devem ser o parâmetro, não a nota alcançada no final do ano. Toda a punição tem de ser aplicada imediatamente após a falta, não um mês depois ou "quando seu pai chegar".

AGRESSÃO FÍSICA 


Jamais apele para as palmadas. Violência só gera violência. Uma criança que é agredida aprende que a diferença de força física é um recurso válido para resolver um conflito. Isso despertará nela uma vontade de se vingar quando for mais crescida. Dai a existência e o "boom" de casos de bullyng que hoje em dia se vê nos meios de comunicação Social. As crianças, muitas delas, aprendem durante o seu desenvolvimento que a violência fisica pode ser a forma mais "fácil" de resolver qualquer problema. As palmadas são o sinónimo da falta de recursos que resultam da fragilidade e da dificuldade de lidar com a própria impotência diante da teimosia de uma criança que se recusa a obedecer. Ninguém acredita que com palmadas criará indivíduos íntegros, honestos que tenham auto-estima e sejam pessoas seguras, idóneas e responsáveis.



Finalmente: O que é então importante para criar um filho bem-educado e pleno de auto-estima?

Aqui sugerem-se algumas guidelines do que será suposto desenvolver com o seu filho enquanto ele cresce...

1 - Mesmo que tenha pouco tempo, quando estiver a ouvir, escute mesmo.

2 - Deixe-os expressar sentimentos, mesmo negativos. Evite o discurso: "Não se chora", "Isso não é nada", "Tem coragem".

3 - Quando apropriado, deixe que eles tomem as próprias decisões.

4 - Trate-os com cortesia. Respeite os seus espaços e possessões, diga‑lhes se faz favor e obrigado.

5 - Dê-lhes bastante encorajamento e afecto, mas na justa medida. Falsos louvores só levam a uma falsa percepção das capacidades. Valorize mais o esforço que fazem do que o rendimento que obtêm.

6 - Use a empatia. Quanto melhor entender as crianças e jovens, menos paciência precisará para lidar com eles, pois estará a perceber o seu ponto de vista. Ajude-o a desenvolver a empatia levando-o a partilhar sentimentos, bons e maus. Vá-lhe perguntando como se sente e se ele entende como os outros se sentem.

7 - Evite expressões como: "Tu deves, porque eu quero, não há discussão, vai imediatamente, cala-te." Ninguém gosta de ser mandado, tenha a idade que tiver.

8 - Partilhe com ele aquilo que você  gosta, valoriza e ama. Dê-se mais.

9 - Seja entusiasta; positivo e alegre.  Ensine-as que é bom exprimir os nossos sentimentos, que não faz mal estar nervoso ou zangado. O que se faz com essas emoções é que convém controlar, para não provocar sofrimento nos outros.

10 - Quando as crianças chegam a casa, e lhes perguntamos como correu o dia, tendem a responder com algum episódio negativo. Experimente perguntar-lhe: "Fala-me das coisas mais giras do teu dia."



 


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Comportamentos auto-destrutivos: quando o nosso inimigo somos nós próprios

Uma pessoa que é predisposta a ter um comportamento auto-destrutivo também tem uma tendência para a "auto-destabilização". É muito importante compreender por que agimos de determinadas maneiras. Algumas pessoas parecem viver uma vida normal e saudável (APARENTEMENTE) mas sob essa aparência, o indivíduo pode desenvolver tendências a destabilização de si mesmo. Se um indivíduo tem um padrão auto-destrutivo no seu comportamento, é importante procurar a ajuda de um profissional.

Assim, fazemos coisas contra nós mesmos, destruímos-nos sem perceber o porquê ou até mesmo por raiva auto-imposta. Comportamentos autodestrutivos referem-se a toda acção que provoca prejuízo para si mesmo. São comportamentos ilógicos, pois infelizmente o ser humano é mais irracional do que gostaríamos.

Os comportamentos auto-destrutivos podem ter diferentes formas, por exemplo, alguém que come demais pode apresentar um comportamento auto-destrutivo, e se se alimenta muito provavelmente é porque possui ou já possuiu algum conflito emocional na sua vida. Por alguma razão, ele aprendeu a lidar com seu conflito pessoal através do alimento, isto é uma espécie de comportamento auto-destrutivo que leva à obesidade, problemas de saúde e podem até mesmo a uma morte prematura devido a complicações da obesidade. Assim como qualquer perturbação, é importante que o indivíduo perceba esse comportamento para iniciar um tratamento.


Que outros comportamentos auto-destrutivos poderemos ter?


- Fumamos e bebemos, apesar dos danos.
- Comemos demais.
- Tomamos remédios em excesso.
- Nos corroemos de ciúmes, raiva.
- Em casos extremos algumas pessoas até usam objetos cortantes sobre a própria pele com a clara intenção de provocar dor em si mesmo.


Outro tipo de comportamento auto-destrutivo é o pensamento negativo. Este é um dos piores obstáculos que um indivíduo pode ter. Neste caso também é importante aprender a usar o pensamento positivo para alcançar o sucesso na sua vida. Devemos lembrar que as pessoas têm possibilidades ilimitadas e o pensamento negativo apenas as impedem de vencer na vida.

Outro comportamento auto-destrutivo é violência física. Se uma pessoa foi abusada durante a infância, pode então procurar ter um relacionamento abusivo na sua vida. Isto pode tornar-se muito perigoso e mortal prejudicando todos aqueles que estão envolvidos no relacionamento.

Um indivíduo que tem problemas de abuso, tem uma tendência à autodestruição. Esta pessoa está destruindo-se a si mesmo por cair num comportamento totalmente negativo para ele. Este é um problema que pode levar à morte, perda de emprego e até o carinho dos seus significativos.

Dica do psicólogo: Faça uma lista dos seus comportamentos auto-destrutivos. Avalie o inicio destes comportamentos, quando começaram? Avalie o que você ganha com cada um deles. Por exemplo: ao beber você “esquece” dos seus problemas? Faça uma lista detalhada e tome consciência de qual o ganho secundário, pois sabemos que por trás de cada atitude auto destrutiva está uma necessidade e uma tentativa (mal sucedida) em superar alguma dificuldade.

O que mais causa sofrimento no ser humano?
Perdas. Perder emprego, perder bens materiais, perder pessoas queridas por morte, por mudança física ou afastamento emocional. Qualquer perda é dolorosa, mas perder pessoas muitas vezes são sofrimentos quase impossíveis de serem esquecidos. O sofrimento é próprio do ser humano, os problemas existenciais são dores naturais do ser humano.

Sofrimento não tem a ver com depressão
Depressão é uma doença, tal como já foi abordado neste blog. Em alguns países é a primeira causa de incapacidade. O sofrimento faz parte da vida, e devemos aceitar a vida com todas as suas vicissitudes mas não precisamos continuar a sofrer eternamente. Devemos aceitar cada obstáculo como uma oportunidade de crescimento. Se a cada problema que lhe aparecer você se volta para comportamentos autodestrutivos é sinal de que não está aprender com a vida, que se está entregar a ela da forma mais cruel que poderia fazer consigo mesmo.

As pessoas não sofrem só com o que lhes acontece, sofrem pela forma como olham para aquilo que lhes acontece.  A personalidade de cada um filtra o que aconteceu, conforme os recursos pessoais que cada um tem para enfrentar e superar os stresses da vida terá um final diferente.

Os comportamentos autodestrutivos são tentativas mal sucedidas de conviver com problemas, traumas e stresses. É uma forma ansiosa de superação. Beber para esquecer, fumar para se distrair, utilizar da automedicação achando que irá resolver facilmente e sua doença, deixar a raiva invadir a sua mente por considerar que é impossível resolver os problemas.

Saiba que quando não conseguimos sozinhos sempre podemos contar com um psicólogo para este apoio.,,

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Codependencia: Mulheres que amam demais




Falamos tanto em violência doméstica...existe recentemente um conceito ainda desconhecido da maioria que se chama a co-dependencia. O que é?
A Co-dependência, também conhecida por "mulheres que amam demais", é uma incapacidade que algumas mulheres, e também homens mas mais raramente, têm para viver relacionamentos amorosos saudáveis, com uma tendência constante para se apaixonarem por pessoas muito problemáticas e ficarem presas emotivamente a estas mesmas pessoas.

Nestas mulheres, existe uma atracção por parceiros que sejam ausentes, negligentes, imaturos ou mesmo violentos (fisicamente e/ou verbalmente). De uma forma inconsciente, há uma necessidade de perpetuar uma série de emoções negativas que estes parceiros lhes provocam, como forma de se manterem num "equilíbrio" enganador, que lhes traz sofrimento e angústia ao longo de toda uma vida.

A questão que se coloca imediatamente é: porquê? Porque é que uma mulher opta por se aproximar a um homem tão problemático? Porque é que depois de muitas experiências de humilhação, continua a gostar daquela pessoa que a mal trata?

Esta opção, muitas vezes, não é uma atitude consciente e racional por si só. Com frequência estas mulheres sabem que sofrem e continuarão a sofrer, mas sentem que precisam desta instabilidade para viver e atribuem-na ao amor que sentem pela outra pessoa e não à dependência que entretanto criaram.
Um envolvimento com um parceiro que não seja problemático torna-se para estas mulheres insípido, aborrecido e monótono, porque não contem o dramatismo, a luta diária e a incerteza que geram para se sentirem vivas. Considera-se que esta tendência está relacionada com padrões disfuncionais familiares do passado, e que quanto maior o sofrimento da criança no passado, maior a probabilidade de na idade adulta a mulher reproduzir esses mesmos padrões com novos companheiros.

No fundo, esta é uma forma de dependência tão auto-destrutiva como no abuso de substâncias, alcoolismo ou vício do jogo, estando a diferença no "objecto" em que essa dependência é depositada. Torna-se uma relação do género "chave-fechadura" e que acaba por se prolongar no tempo ou mesmo uma vida toda, porque a mulher sente necessidade de assumir um papel maternal e cuidador para com o companheiro problemático, e este, por sua vez, precisa de uma mulher que manifeste características de dependência e vulnerabilidade psicológica. Ao contrário do que se possa pensar, esta relação é prejudicial para ambos, pois a mulher alimenta no companheiro a manutenção dos seus comportamentos negativos, não lhe permitindo igualmente prosseguir com outra forma de vida.

Assim, numa fase inicial, os co-dependentes dedicam-se a tentar “salvar o outro”, zelando quase religiosamente pelos seus interesses, tomando para si a responsabilidade das suas acções, pensando por eles, sofrendo as consequências do seu comportamento. Posteriormente, os co-dependentes zangam-se com os outros pela falta de gratidão e reconhecimento, chegando ao ponto de sentir uma raiva incontrolável sobre os outros e sobre si próprios.Este ciclo deixa a pessoa co-dependente ainda mais frágil porque deu tudo e afinal não mudou nada. Na verdade, a pessoa co-dependente ajuda o outro a perpetuar os seus problemas e a desresponsabilizar-se dos seus actos. Quando estas relações atingem um ponto de  ruptura, a pessoa co-dependente tende a procurar outra pessoa problemática para dar início a um novo ciclo.

Apesar de ser menos frequente, alguns homens tambem podem sofrer de co-dependência. Acredita-se que não seja tão visível e que mais facilmente se mantenha dentro de "4 paredes", porque socialmente ainda existe uma conotação muito negativa para o homem que é sujeito a maus-tratos (quer físicos, quer psicológicos). Permanece ainda o estigma de que é a mulher que passa por estas situações.

Nestes casos de co-dependência, a ajuda psicológica torna-se fundamental porque é natural que a pessoa sinta um enorme vazio e imensas alterações emocionais quando se tenta comportar de forma diferente com o companheiro ou quando quer uma separação. Há quem se mantenha na co-dependência a vida toda para não ter de passar pelo angustiante processo de separação. A pessoa acredita que não aguentará viver sem essa pessoa e prefere manter-se infeliz e insatisfeita.

A terapia ajudará ainda a que a mulher se começe a questionar sobre a razão que a leva a sentir-se atraída por homens com determinadas características negativas em comum e a perceber a origem desse comportamento, de forma a ultrapassá-lo. Como diz Maria do Rosário Dias "não podemos escolher a família nem alterar o que está para trás nas nossas vidas, mas podemos escolher as pessoas com quem nos relacionamos pela vida fora".
A recuperação da co-dependência inicia-se pela tomada de consciência de que a pessoa precisa de centrar-se em si mesma, desprendendo-se da adição ao outro, procurando ajuda para identificar as suas vulnerabilidades e os vazios que tenta preencher através da dedicação aos outros. Quando as pessoas começam a gostar de si mesmas, a cuidar das suas feridas e a sará-las, quando aprendem a expressar os seus sentimentos e necessidades de forma adequada, as pessoas ganham noção dos seus limites e ganham perspectiva sobre si próprias.

Quando as pessoas gostam de si mesmas vão tender a procurar pessoas que as valorizem e respeitem pelo o que elas são. O ciclo da co-dependência pode ser interrompido e desfeito quando a pessoa co-dependente compreende que a resolução do seu problema reside em si próprio. Reside em tomar responsabilidade por si, tomar conta da sua vida e assim ficar disponível para poder verdadeiramente amar.


E você sente-se um co-dependente?


Fonte:

 http://pt.shvoong.com/social-sciences/psychology/1758993-depend%C3%AAncia-mulheres-que-amam-demais/#ixzz1bpClRg5N

http://www.ruiferreiranunes.com/artigos/a-co-dependencia-amor-ou-maldicao/

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Como lidar com as criticas? porque fugimos de quem nos critica?

Como lidar com criticas

É impossível alguém dizer que gosta de ser criticado. a palavra crítica em si, comporta uma conotaçao claramente negativa. Quando pensamos que alguém nos está a criticar, pensamos quase automaticamente que essa pessoa nos quer mal, que  essa pessoa nao gosta de nós, que essa pessoa nos quer destruir. Mas será mesmo assim? será que as criticas se consubstanciam sempre em algo negativo?

Na verdade nao podemos realmente negar, que é muito chato estar ao lado de pessoas críticas.

O crítico acredita que é "sincero e verdadeiro",  e não percebe muitas das vezes a sua falta de tacto. O critico sente até orgulho pois pensa que está ajudar as pessoas a serem "melhores" - sente-se quase como o dono da verdade e acha que sua ideias são as únicas certas.

Para lidar com este tipo de pessoa  basta aprendermos e sobretudo treinarmos a nossa assertividade. Precisamos estar bem connosco próprios para sermos assertivos e conseguirmos falar com o critico, de forma elegante e afirmativa.

Quando não conseguimos sentir esta tranquilidade para nos posicionarmos de forma tranquila diante do critico devemos voltar o nosso olhar para dentro de nós mesmos e procurar o porquê disso? O que é que o inibe de responder?? Que aprendizagem recebeu na sua formação que o impede ou faz com que tenha medo das pessoas? 


E quando a critica nem é assim tão pesada mas não conseguimos de forma alguma lidar com ela?

Se você desenvolveu alguma sensibilidade a criticas provavelmente este aspecto está intimamente relacionado com o facto de vir a ser criticado desde a sua infância. Pior, talvez tenha considerado que os seus pais ou professores tinham razão quando o criticavam. Quando a sua mãe o mandava para o quarto dormir e você dizia que não estava com sono provavelmente a sua mãe dizia: “Está sim, vai dormir antes que eu perca a paciência”. E na escola? Ninguém se atreve a discordar do professor. O professor diz: “Quem sabe esta matéria sou eu, não seja mal-criado senão ponho-te de castigo”. É claro que tudo isso é feito com as melhores intenções, a de educar as crianças, de formar um caráter, mas é possível que acabe também ensinando que a o individuo tem que acatar tudo o que o outro diz sem questionar.

Quando existem sectores da sua vida onde você é inseguro, a crítica do outro pode assumir-se como um verdadeiro inferno. Se você é um pouco inseguro com a sua aparência e aparece alguém que lhe diz que a sua saia não combina com a blusa. Pronto! O estrago está feito. Você provavelmente vai sentir-se péssima e fica furiosa com essa pessoa.


Existe uma critica positiva?

É possível que existam algumas pessoas que o criticam para te ajudar, em alguns casos isso pode ser verdade, mas quem cresceu a ouvir... “Olha o Joãozinho. Ele é um menino impecável, faz tudo dentro daquilo que se espera.. Porque é que você não tenta ser como ele?”. Isto é comparação, e comparação é uma critica. Quem foi muito comparado com os outros guarda este stresse e acaba por explodir, mesmo quando recebe uma crítica que até poderia ser construtiva.


Existem criticas bem intencionadas, isso não se pode negar. Mas também existem pessoas que criticam só para mostrarem o quanto elas se acham melhores, superiores. O que fazer com essas pessoas? Treino de assertividade

Este treino é excelente para que você finalmente consiga colocar-se diante das pessoas de uma forma afirmativa e dizer as suas verdades mas, o mais importante,  é fazer isso sem agredir as pessoas, sem ferir os outros e ao mesmo tempo nao se sentir pisado pelo outro. Sem se magoar porque "engoliu" o que o outro disse e não reagiu.Você aprende este treino na psicoterapia.

Qual a primeira coisa a fazer com esses críticos da sua vida? Não é só na infância que nos deparamos com pessoas que dizem coisas do tipo “não me responda, é porque sim e pronto”. No trabalho é muito comum existirem pessoas com essa postura. Muitos chefes autoritários trabalham desta forma, quer a gente goste ou não, eles existem.

Em primeiro lugar você tem que aprender a questionar os seus críticos. Questionar para você mesmo, fazer uma conversa interna, o tal diálogo interior de que falo aos meus pacientes em terapia, não cair em troca de insultos, mas fazer a sua análise. Para isso tem umas guidelines que o podem ajudar muito:

“Quem disse?” . Quem disse que você está mal vestida? Será ele/a algum profundo conhecedor de moda? Se for agradeça a dica, mas se não for despreze a dica, ou melhor, despreze a critica, porque dica que vem de quem não entende nada do assunto não é dica, é critica.
Outra pergunta que de ajuda é: “Quantas pessoas dizem isso?” Uma amiga disse que você está "encalhada" porque ainda não casou, mas é só ela que diz isso, quem mais diz? Muitas vezes a pessoa responde “Todas as pessoas pensam assim” E todas as pessos  é uma figura muito interessante. Quem sao todas as pessoas? quantos fazem parte deste “Todas as pesoas”? Muitas vezes você investiga e descobre que é apenas um, ou dois. Um ou dois não são “Todas as pessoas”. “Todas as pessoas dizem que ma mulher que não casou até aos 30 anos é encalhada” Será que você deve dar crédito a essas pessoas? Eu acho que não. Porquê? Porque hoje as mulheres estão mais independentes, mais dedicadas vida profissional, as mulheres estão mais esclarecidas, e não se casam com o primeiro namorado, porque elas sabem o que querem. E são muito mais felizes assim.

Críticos aproveitadores
Tenha especial cuidado com os críticos que se aproveitam da sua sensibilidade. Ex: Você provavelmente aprendeu que tem a obrigação de ser uma óptima mãe. Mas existem muitos filhos que usam desta premissa para sugerir que você será uma péssima mãe se não der um carro ao seu fiho aos 18 anos. Será uma péssima mãe se não comprar aquela bicicleta caríssima que você não pode pagar. Esse é o critico aproveitador.
Em geral o nosso pior critico é você mesmo. Você é o seu pior critico. Você pensa “Eu não sou uma pessoa interessante,  ele gosta de mim? Humm, ele deve querer alguma coisa de mim”.  Isso é o seu critico interno que o desqualifica, que nao lhe proporciona nenhum valor.

Por exemplo, a R. não se acha muito bonita, o seu critico interno é tão cruel com ela mesma que faz com que ela esteja permanentemente em casa. R anula-se em todas as outras coisas boas que ela possa vir a  ter, o seu sentido  de humor, o seu interesse pelas coisas, a sua inteligência. Tudo isso transforma-se em nada porque ela só vê uma coisa nela enquanto individuo, ela não se acha bonita. Quem disse que a beleza é o mais importante? E mais, quem disse que ela realmente não é bonita? É possível que o seu critico interno seja tão poderoso que ela não veja quem realmente ela é,  pode ter aí uma mulher muito interessante que não se vê como realmente é porque é tão critica com ela mesma que fica cega para o que é obvio.

Pessoas que têm dificuldade em lidar com a critica tendem a imaginar criticas que nem foram feitas .Existem pessoas que até evitam situações porque imaginam que vao ser criticadas. Ex: Quando você vê um conhecido na rua, foge dele porque imagina que ele vai fazer perguntas que você não com vontade de responder, você acha que ele vai perguntar sobre o seu trabalho mas você está desempregado. Você acha que ele vai perguntar sobre a sua família mas você já se separou. Você  acha que ele vai te perguntar sobre a escola mas as suas notas estão péssimas. E por aí em diante. 


Você  "foge" da pessoa porque  imagina que essas perguntas são criticas. Você  acha que a pessoa quer "esfregar" na sua cara que ele tem um emprego, ele tem família e você  não. Agora, pra começar a conversa: Você tanto pode estar certo como pode estar errado. Se estiver certo, se a pessoa quer mesmo critica-lo, então você já percebeu que não precisa responder a tudo o que a outra pessoa está a perguntar . Você  tem sempre uma saída! Você só não sabe que tem, mas tem, clao que tem! Você  tem o direito de não responder nada. Mas pense bem. por outro lado a pessoa pode só fazer perguntas para "puxar" assunto. Esta é a forma que todos nos aprendendemos par nos relacionar.mos com os outros, fazendo perguntas, pode não ter maldade naquela pessoa e você sofre e foge dele sem a menor necessidade.

É muito importante que você  se livre tanto dos críticos externos como desse seu critico interno. Que tal como vimos  é o mais feroz, o critico interno, que é você mesmo.  É possivel mudar nossos sentimentos, o processo de mudança é chamado PSICOTERAPIA - é um processo de reconstrução interna.
Dê a si mesmo o direito de se sentir bem...

No próximo post falarei um pouco sobre o que e afinal a assertividade? alguma ideia?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ciúmes: Quando se ama demais? Resposta ao que sempre quis saber sobre o ciúme...


 
 Hoje em dia, são cada vez mais as resportagens veinculadas pelos meios de comunicação de casos de violência entre casais. Uma das muitas causas que poderá despoletar uma discussão e consecuentemente uma agressão são precisamente os ciúmes. Quem nunca sentiu ciúmes? São saudáveis ou prejudiciais num relacionamento? Este é um assunto que já foi abordado em outras publicações anteriores, mas este é um tema que nunca se esgota numa sociedade em que os sentimentos de poder e de controle parecem ser cada vez mais vincados....Mais, as redes sociais, tipo facebook, são cada vez mais uma fonte concreta de ciúmes, conseguem perceber porquê?


Antes demais é conveniente percebermos....

O que são os Ciúmes?  
É a emoção usada pelo seu psiquismo como reação ao medo de perder. Existem pessoas que gostam de sentir ciúme, pois todas as emoções geram neurotransmissores e so eu cérebro fica viciado neles da mesma forma como fica viciado em álcool, nicotina, cafeína...

O ciúme, a expectativa, a carência e a decepção são pontos de chegada possíveis para o nosso medo de perder. O ciúme tem como subproduto a mentira, para evitar a reação ciúmenta do outro nós mentimos, pois o ciúme torna-nos agressivos e como forma de se proteger, de autopreservação o indivíduo geralmente mente. É precisamente quando o outro descobre que alguém mentiu, que deixa de confiar, de controlar e os ciúmes que até poderiam ser controlados, tornam-se descontrolados, obsessivos, neuróticos.
   
Ciúmes é sinal de amor ou de desrespeito?
A resposta é simples: Depende.
Na realidade os ciúmes são como tudo na vida, se tiver pouco faz falta, se tiver demais “transborda”.
Uma dose controlada de ciúmes significa que você valoriza a outra pessoa, que ela é importante na sua vida.Sabemos que os ciúmes passaram do limite quando estes começam a provocar prejuízos na sua vida ou na vida das outras pessoas. Não falo só de prejuízo financeiro, falo das perdas, do sofrimento desproporcional por causa dos ciúmes.

Ciúmes patológico é sempre desrespeitoso. Você percebe que entrou no nível de ciúmes patológico quando, por exemplo, perde tempo no seu trabalho querendo saber por onde anda e o que  a sua cara metade está a fazer

Liga para controlar os passos dele (a), tal e qual um detective. Perder o sono por ciúmes, acordar no meio
da noite a pensar “o que será que ele (ela) está a fazer?”. Ficar nervoso (a) quando não localizou seu marido/namorado etc. tudo isso é ciúme patológico.

O ciúme é patológico, ou seja, doentio, quando a sua rotina é modificada por conta desse ciúme. Quando não há provas concretas para tal desconfiança, não há indícios de que você pode estar sendo traído e ainda assim você sofre com a possibilidade de ser traído é o indicio de que você será beneficiado com a ajuda de um psicólogo.

 
Ciúmes é medo de traição?
Sim, mesmo que a pessoa tenha ciúmes de que o namorado vá à casa da mãe dele. Claro que ela não acha que ele vai ter um caso com a mãe, mas nos ciúmes patológico ela pensa que ele vai dividir o amor, que “deveria” receber com exclusividade. Há um erro de julgamento neste ciúme, pois o amor que este rapaz dispensa à mãe é absolutamente diferente do amor que dedica à namorada. Os dois tipos de amor coexistem, mas o ciumento patológico não consegue perceber quais as diferenças nestes "tipos de amor".

O mais interessante nesta história é que os ciúmes existem independente do facto de você realmente estar sendo traído.Ciúme patológico é quando o individuo sofre com a ideia de estar a ser traído sem ter provas ou indícios dessa traição. Isso significa que alguém pode estar a ser traído de facto, e ainda ter ciúmes patológico se ele não tiver indícios ou provas dessa traição. É irônico.
 
Existe ciúme normal?
O ciúme é dividido em normal e patológico. O normal é transitório, a pessoa tem uma sensação de ciúmes hoje, mas não fica com a ideia fixa a semana toda. O ciúme normal passa. O ciúme normal é específico, ou seja, a pessoa sente ciúmes de uma situação específica, e não de toda e qualquer situação.
Exemplo: sentir ciúmes de uma pessoa, ou de um lugar onde o outro vá, e não de todo e qualquer lugar.  Os ciúmes normais são baseados em factos reais. Ou seja, a pessoa tem ciúmes quando acontece alguma coisa concreta, como um telefonema, ou um presente que o outro tenha recebido, algum indicio real de que algo possa estar a “roubar” a pessoa amada.

Nos  ciúmes normais o maior desejo é de preservar o relacionamento. A pessoa quer ficar bem com o outro. Por outro lado os ciúmes patológicos é quando as preocupações são infundadas, são absurdas, exemplo: você liga para o seu companheiro e ele não atendeu o telefone. Pronto! Já será o suficiente para passar a tarde se “mordendo” de ciúmes. Esta é a típica cena que demonstra a necessidade da ajuda de um psicólogo.
 
O ciumento deseja ser traído?
Nos ciúmes patológico pode ter um desejo inconsciente de que haja mesmo a ameaça de um rival. De alguma forma a ideia dessa ameaça pode ser estimulante para o ciumento. O ciumento é um poço de emoções, ele se sente ansioso, às vezes depressivo, com raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa, desejo de vingança, e é muito comum também o aumento do desejo sexual, por incrível que pareça.

O ciumento é um vulcão emocional, ele vive o amor de uma forma distorcida, que algumas vezes se torna num sentimento doentio. O ciumento patológico é muito sensível, vulnerável, muito desconfiado, tem a auto-estima muito baixa. E o seu mecanismo de defesa é comportar-se impulsivamente, quando vê já fez, já falou. Acaba sendo egoísta e até agressivo - ou seja, há um trasntorno psicológico.
 
Como posso saber se sou exagerado nos meus ciúmes?
Veja se você tem a necessidade de ter o controle total sobre os sentimentos e comportamentos do companheiro (a). Sofre com isso? Acaba por ter comportamentos de risco. Se você respondeu que sim para uma dessas perguntas é provável que você seja um ciumento patológico. Ter ciúmes de uma forma equilibrada é normal. Mas 10% da população percebe que tem problema no relacionamento e sofre demais por causa de ciúmes exagerados.Enfim, se você está dizendo coisas do tipo: “ fizeste a barba hoje porque vais encontrar-te com outra” ou “chegaste atrasada porque estavas com o outro”. Este tipo de frase é um belo indicador do quanto o ciúmes está patológico, fora de controle e a causar sofrimento.
 
O que provoca ciúmes?
O seu pensamento, a sua interpretação de que o relacionamento está ameaçado quanto à sua estabilidade ou quanto à sua qualidade. Ou seja, os ciúmes aparecem quando você acredita que o seu relacionamento foi abalado e corre risco de terminar.Percebeu? Ciúmes é como você “interpreta” a situação, não necessariamente refere-se a factos concretos. Percebemos que os ciúmes são exagerados quando a pessoa começa com comportamentos, digamos assim, ridículos.

A pessoa passa a ter comportamentos compulsivos, ou seja, ela não consegue segurar-se, parece que é mais forte do que ela e passa a abrir correspondência do outro, ouvir telefonemas, olhar os bolsos, carteira, confere recibos.

Já atendi casos onde a pessoa ia ver todo extrato do banco e perguntava o que era cada mínimo cheque descontado e até depósitos pequenos. O comportamento fica ridículo, para quem está de fora, isso parece um absurdo, mas para o ciumento não tem nada mais importante do que conferir cada item da vida do outro.Detetives particulares são sustentados à custa desse sentimento tão devastador.
 
O que tranquiliza o ciumento?
Nada! Existem pessoas com ciumes patológicos para o qual nada resolve as suas dúvidas, nada ameniza suas suspeitas, se ele não encontrou  nada de errado ou estranho acha que é porque não procurou direito. Quanto mais  investiga mais dúvidas tem, nada traz paz e tranquilidade.

Mesmo quando o outro conta tudo que faz durante o dia. Acha que isso resolve? Não, porque o ciumento quer saber detalhes. Sofre ouvindo os detalhes, mas ele quer saber. O que fez? Quando? Onde foi?
Mesmo quando não há motivos para ciúmes o parceiro do ciumento também sofre. Muitas vezes ele tenta acalmar o ciumento. Leva flores. Omite quando se encontra com uma amiga porque  asua esposa pode achar que foi um encontro romântico, aí a situação piora! Porque para o ciumento “Se teve que mentir é porque há um envolvimento, uma relação por trás”. Às vezes não.

O caminho para a solução nunca deverá ser o de “dar provas” para que este ciumento perceba que nada está acontecer, porque não há provas suficientes no mundo. O caminho deverá ser o de reestruturar esta pessoa, pelo processo terapêutico, e eliminarmos as fontes de insegurança internas. Devemos ir à origem do problema, que talvez possa estar em situações de seu passado onde percebeu que não poderia confiar nas pessoas, ou que não lhe dariam o amor que tanto desejava.
 
Comportamento de agressão por parte do ciumento
Muitas vezes o ciumento patológico ataca fisicamente. Agride, bate , espanca. Nem sempre o agredido dá queixa, por isso as estatísticas não são representações da realidade. Em casos de ciúmes patológicos é sempre interessante investigar a pessoa como um todo, ver outros problemas psicológicos, é comum que o ciúme seja um dos sintomas de um quadro mais complexo. Esse quadro pode ser desde um transtorno de alcoolismo, depressão, e em casos extremos esquizofrenia.

Não estou com isto a dizer que todo o ciumento é esquizofrênico, nem que todo esquizofrênico é ciumento. Mas deve ser investigada essa possibilidade sim. Porque na esquizofrenia ocorrem as alucinações e delirios, que quem sente não sabe que é alucinação, para ele é real.
Terapia Ajuda?
 
 
Os Ciúmes Patológicos podem ser trabalhados em terapia juntamente com o psicólogo?

Podem e devem! É preciso procurar um apoio psicoterapêutico porque o sofrimento é muito grande e muitas das vezes devastador. Isso pode ser amenizado. Como? Analisando a racionalidade desse ciúme. Analisando o quanto isso está limitando a tranquilidade mental da pessoa, e o que está a provocar na vida dela. Qual o sofrimento psicológico inútil que ela está a sentir. Tem que se procurar o diagnóstico correto. Ciúmes patológicos são apenas um sintoma que deve ser avaliado para se saber se está conectado a um quadro mais complexo, pode estar ligado a um transtorno obsessivo compulsivo, pode estar ligado a
 um quadro delirante, tem que ser avaliado.
Com a terapia você tem a oportunidade de entender o porque dessa insegurança, qual seu histórico de vida que lhe fragilizou tanto assim e te “deu de presente” esse sintoma tão arrasador que é o ciúme.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Porque nos sentimos diminuidos diante de certas pessoas? Complexo de Inferioridade.


Uma das queixas mais comuns das pessoas em terapia são os conflitos internos e nos relacionamentos causados pelo sentimento de inferioridade. Quantas pessoas não se sentem inferiores aos seus colegas de trabalho? Não pricuram uma promoção por não se sentirem capazes? Não terminam um relacionamento destrutivo por acreditarem que não conseguirão ninguém que as trate bem? Estão sempre a comparar-se ao irmão, irmã, vizinho, tendo a certeza que o outro é muito mais? Outros deixam de trabalhar, sair, viver, tudo porque se sentem inferiores aos demais.


A denominação complexo de inferioridade foi criada por Alfred Adler (1870-1937), médico psiquiatra, para designar sentimentos de insuficiência e até incapacidade de resolver os problemas, o que faz com que a pessoa se sinta um fracasso em todos, ou em alguns aspectos da sua vida. É o que hoje chamamos de baixa auto-estima, que é quando não se tem consciência de seu valor pessoal. A baixa auto-estima pode comprometer todos os relacionamentos, seja pessoal, profissional, afetivo, familiar, social. 


Alguns acontecimentos na nossa vida passam informações errôneas sobre o nosso valor como seres humanos, o que resulta geralmete em comportamentos introvertidos que, além de causar doses significcativas de sofrimento emocional, causa  ainda muita limitação na vida social, profissional e pessoal.


Adler afirmava que todas as crianças são profundamente afetcadas por um sentimento de inferioridade, que é uma consequência do tamanho da criança e de sua falta de poder perante os adultos. O que desperta em sua alma um desejo de crescer, de ficar tão forte quanto os outros, ou mais forte ainda. Ele sugere que existem três situações na infância que tendem a resultar no complexo de inferioridade:


- Inferioridade orgânica:
Crianças que sofrem de doenças ou enfermidades com deficiências físicas tendem a se isolar, fugindo da interação com as outras crianças por um sentimento de inferioridade ou incapacidade de competir com sucesso com asmoutras crianças. Contudo, ele salienta que as crianças que são incentivadas a superar suas dificuldades tendem a compensar a sua fraqueza física, além da média, e podem desenvolver as suas habilidades e potencialidades de maneira surpreendente. Por exemplo, dedicam-se a uma actividade física para compensar a deficiência.

- Crianças superprotegidas e mimadas:
Estas crianças podem desenvolver um sentimento de insegurança, por não sentirem confiança nas suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre fizeram tudo por elas.
 


-  Rejeição:
Uma criança não desejada e rejeitada não conhece o amor e a cooperação na família. Não sentem confiança nas suas habilidades e não se sentem dignas de receber amor e afecto dos outros. Quando em adultos, tendem a se tornar frios, duros, ou extremamente carentes e dependentes da aprovação e reconhecimento das outras pessoas. Quanto maior a necessidade de ser aprovado e reconhecido pelo outro, mais se desenvolve a necessidade de agradar. Isso faz com que as pessoas deixem de ser elas mesmas, tornando-se o que os outros gostariam que fosse, ou o que pensa que gostariam, reforçando cada vez mais o sentimento de inferioridade, pois não se satisfazem a si mesmas.


Resumindo, as situações formadoras de "sentimentos de inferioridade" são todas aquelas onde a pessoa se percebe  e percepciona como incapaz. Vejamo por exemplo (apenas um exemplo dentro de todo um universo de vivências negativas), a família explosiva.

O pai, mãe, ou qualquer pessoa significativa da infância que resolve as questões dentro de casa pelo caminho do “grito”, oferece um ambiente onde a criança nunca se sente apta a entender como deve proceder, pois diante de pessoas explosivas parece que nunca conseguirá falar ou fazer as coisas corretas. Juntamente com esta sensação de estar sempre errado surge o significativo sentimento de inferioridade.

Ao longo da vida este sentimento aparecerá em todas as situações que o individuo tenha de se relacionar com pessoas que de alguma forma lhe lembrem o pai (mãe, ou seja lá quem tenha sido o explosivo na vida desta pessoa). Sabendo disto entendemos o porquê de algumas pessoas sentirem tanta dificuldade em se relacionar com seus chefes. Qualquer pessoa que lembre, mesmo que vagamente, a posição hierárquica superior na qual o pai se colocava, será o gatilho para que surja o forte sentimento de inferioridade.

Perceba que nem sempre este chefe será parecido com seu pai. Muitas vezes a única similaridade é a simples posição de ser a pessoa que organiza o ambiente (função tanto do chefe como do pai). O resultado deste sentimento de inferioridade é que você pode ter atitudes diante de seu chefe que na realidade são respostas ao comportamento do seu pai, e o “coitado” do chefe não tem nada a ver com isso.

Outras vezes, este chefe é igualzinho ao seu pai. Ele é outra pessoa explosiva na sua vida. Aí a coisa fica pior ainda, pois o individuo já teve o stress de lidar com o seu pai, e não saiu vencedor, se sentiu inferior e agora surge outra pessoa que exige de você o mesmo domínio que não teve em épocas anteriores. O resultado pode ser um pedido de demissão por não conseguir lidar com este chefe.

Pedir demissão numa situação económica actual  não é de todo a melhor saída. O ideal será você aproveitar esta oportunidade para, de uma vez por todas, vencer o seu sentimento de inferioridade e superar-se a si mesmo. O caminho para vencer a inferioridade será treinar a melhor flexibilidade cognitiva possível, e revivenciar o passado, mesmo que doloroso, para finalmente dar à sua mente uma chance de receber o apoio e reconhecimento que você merece. 

Muitas vezes deparamo-nos com pessoas que demonstram ter uma total confiança em si mesma, mas, se observarmos melhor, perceberemos que na verdade são máscaras para compensar o seu própriosentimento de inferioridade, não reflectindo o seu verdadeiro sentimento em relação a si próprio, ou seja, a sua essência. Mas o que fazer quando somos adultos e sentimos medo, vergonha, ou seja, ainda sentimos essa inferioridade perante os outros? O mais indicado é:

- Evitar as comparações. Ficar se comparando com quem quer que seja não o fará sentir-se melhor, pois as pessoas são diferentes, possuem necessidades, desejos e histórias de vidas diferentes.

- Compreenda a sua história de vida e a origem do seu sentimento de inferioridade. Porque motivo se sente inferior? Não desista, compreenda as suas dificuldades e procure enfrentar cada uma delas.

- Enfrente o medo. É importante lidar e enfrentar o medo que as pessoas ou situações provocam e compreender que a percepção de si mesmo está baseada na consequência de factos que já passaram. Você não pode mudar o seu passado, mas pode mudar seu presente.

- Reconheça o seu valor. Perceba que seu valor enquanto pessoa não pode e nem deve ser baseado na maneira como foi, ou ainda é tratado, ainda que isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado ou maltratado. Lembre-se ainda que o seu valor deve ser baseado pelo que é e não pelos bens materiais que possui.

- Identifique suas necessidades emocionais. O que você espera receber dos outros pode ser aquilo que não recebeu quando era criança dos seus pais. Não espere receber dos outros o que só você mesmo pode se dar.

- O que você deseja receber na relação afectiva? Muitas vezes os conflitos gerados no relacionamento têm origem na sua história de vida.

- Observe e procure compreender cada um dis seus sentimentos. Perceba quando sentir inveja, ciúmes, necessidade de poder ou superioridade. Esses sentimentos podem estar a ocultar e a compensar um sentimento de inferioridade.

- Aprenda com os erros e não fique se punindo por ter errado, nem se acomode nas situações. Saia de sua zona de conforto e mude o que deseja!

- Valorize sempre as suas conquistas! Pare de supervalorizar o que o outro tem ou faz e desvalorizar as próprias conquistas. Celebre sempre!

- Faça psicoterapia. O autoconhecimento obtido através do processo da psicoterapia poderá fazer com que reconheça seus reais valores e liberte-se do complexo de inferioridade que acorrenta e aprisiona.