Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ARE YOU HAPPY??


                                         QUAL A CONCLUSAO A QUE CHEGAM??

Quando o amor se transforma em doença.....

Quantos não são os casos que hoje em dia aparecem na comunicação social que dizem "marido mata mulher e depois suicida-se"; "marido mata mulher em frente aos filhos". Somos todos os dias bombareados com estas informações, que nos chocam, que nos "repugnam", todos fazemos um juizo e valor, mas que na realidade acontecem (podem ou não estes acontecimentos fazerem parte da nossa própria realidade). E quantos não são os nossoa amigos que por vezes referem "ai o/a eu/minha namorado/a é tão ciumento/a já não sei o que fazer para que acredite em mim". Desengane-se quem considera que o ciume é algo positivo e saudável, porque não o é. O ciúme doentio e descontrolado pode dar aso a situações por exemplo de violência doméstica.

Dizendo-o metaforicamente , é frequente - ou melhor, tem sido frequente - quantificar o amor pela pessoa amada mediante a intensidade dos seus ciúmes, chegando-se ao ponto de muitas vezes se duvidar do amor de alguém que diz estar enamorado e não sente ciúmes em relação ao objecto do seu amor (Amor sem ciume, não é amor, Léautaud); ou de outra forma, "provocando-se ciúmes" ao enamorado para incrementar o seu desejo do objecto amado e que se consideram equiparáveis à intensidade do amor (Candeias, M., 2010)

Por outro lado, muitas vezes e, na sua maioria, o objecto de desejo converte-se num autêntica vitima do ciumento (numa relação que dura anos e que já não é inspirada pelo desejo do objecto e que se tem constantemente ao lado) não sendo esses ciúmes inspirados pelo amor, mas sim por outra questão.

O que inspira os ciúmes não é o amor mas sim o sentimento de não ser amado ( o Ódio de não ser amado), pois as vitimas dizem ter motivos suficientes para sentirem que o ciumento não os ama, e que fora dos momentos de angustia suscitados pelos ciúmes sentem e demonstram uma verdadeira indiferença afectiva pelo outro. Na prática, geralmente e no dia a dia o individuo ciumento não demonstra qualquer tipo de afecto, pelo outro mas sim um sentimento de posse, sentimento esse que aparece descontrolado quando o individuo amado parece "fugir".

Não raras vezes o ciumento alucina essa relação, que faz parte da sua imaginação, conduzindo-se à loucura a si e ao outro, num delírio psicótico destrutivo. Ou seja, o ciumento considera que sempre que o telefone toca é o seu "rival". Que sempre que há uma mensagem com um conteúdo afectivo maior, já há traição. Estas situações ao extremo podem levar, tal como foi referido anteriormente a situações de extrema violência fisica ou psicológica.

Alguns sintomas podem ser listados, acompanhando que se a pessoa possui quatro ou mais desses sintomas pode estar com sintomas de Ciúme doentio.

-Apresenta rigidez e teimosia.

-Estar preocupado sempre com detalhes, listas, regras, ordens, com o que vai ou deixa de fazer, e organização com os horários.

-Tem um estilo pão-duro, sendo que o dinheiro  é visto como algo que deva ser acumulado para evitar possíveis catástrofes no futuro .

-Mostra que possui grande perfeccionismo, o qual interfere com a tarefa concluída, isto é, não se torna possível concluir um projeto por causa de suas própria exigências de regras e normas.

-Mostra-se resistente em incumbir tarefas ou de trabalhar com demais pessoas, a não ser quando estas apresentam a mesma forma de trabalho  e de realizar as tarefas.

-É muito dedicado ao trabalho e a sua produtividade, deixando de lado os amigos e as atividades de lazer.

-Não é capaz de se desfazer de objetos sem valor, mesmo quando estes objetos não possuem nenhum valor sentimental.

-É convencido com seus próprios pensamentos, não aceita a opinião alheia e/ou não acredita nas evidências que a outra pessoa apresenta. Além disso, é inflexível, é escrupuloso quanto a ética, valores e também quanto a moralidade.

IMPORTANTE: Não é concebível amar - desejar a posse total de alguém - sem a angústia que suscita a insegurança em relação à própria posse.

E também a ulterior angústia de que esse objecto, que neste momento cremos possuído, porque declara amar-nos, possa perder-se posteriormente, quer porque deixe de amar-nos, quer, o que é pior, porque, além disso, nos possa ser subtraído por amor a um terceiro.
Toda a relação, desde a mais precoce (com quem nos concebeu) requer segurança, que como já tenho vindo a explicar noutros postes, é a base da nossa personalidade.

Somos mais ou menos seguros, conforme o que experimentamos ao longo dos nossos primeiros anos de vida.
Se tivemos relações de segurança com as nossas figuras de referência então seremos adultos seguros. Se isso não aconteceu, poderão estar criadas as condições para mais tarde sobressair uma estrutura de personalidade insegura, ciumenta e maltratante na relação com o objecto amado nas relações adultas (Candeias, Maria, 2010).
No entanto as nossas relações na vida social são quase sempre baseadas em graus de confiança mínima, mas que não apresentam níveis de desconfiança exacerbados.

Podemos assim, mediante essa confiança mínima, realizar coisas e estabelecer relações sem que nos sintamos perseguidos ou ciumentos.

Não há ciúmes normais. Os ciúmes são anómalos ainda que sejam frequentes e pouco intensos.

Por mais frequentes que sejam nas relações interpessoais, especialmente os que se revestem em relação amorosa, são sempre reveladores de uma situação não superada pelo sujeito.

Acima de tudo é uma situação crónica que vai subindo a gradação dos ciúmes, insuperáveis e incuráveis na sua maioria, por não serem considerados pela sociedade uma situação de doença.

OS CIÚMES são uma doença.


Não é só considerado doença a partir de um certo grau, aliás quem tem autoridade para falar disso são as vitimas que sabem quando já não suportam mais, mas essas, raramente vão a consultas de psicologia ou psiquiatria para que possam falar disso.

Amor, ciúmes, loucura e morte estão separados por muito pouco, coexistindo na vida de muitos casais de todas as orientações sexuais, tornando-a num inferno onde por vezes não é possível escapar, levando à morte lenta de vidas que ficam suspensas no delírio de alguém.

Se é vitima ou portador de ciumes incontroláveis procure ajuda, ainda pode estar a tempo de mudar a sua vida.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A depressão é uma doença???


Tal como referido anteriomente, a depressão é uma doença "do organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, por conseguinte o pensamento. A depressão altera a maneira como a pessoa vê o mundo (geralmente é tudo muito negro e tudo muito feio) e sente a realidade envolvente, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Afecta a forma como a pessoa se alimenta e dorme (as pessoas têm geralmente grandes dificuldades em adormecer, ou, por sua vez podem querer e sentir necessidade de estarem sempre a dormir), como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.

A Depressão é uma doença afectiva ou do humor, não sendo apenas sinal de fraqueza, de falta de pensamentos positivos ou uma condição que possa ser superada apenas pela força de vontade ou com esforço. Por vezes as pessoas sentem-se de tal forma tristes que simplesmente nao vislumbram outro cenário para elas.

Nao vale a pena dizer a uma pessoa deprimida "só estás assim porque queres", este é o pior erro que alguém pode fazer/dizer a uma pessoa que muitas vezes já se sente tao perdida e tao sozinha.

As pessoas com doença depressiva (estima-se que 17% das pessoas adultas sofram de uma doença depressiva em algum período da vida) não podem simplesmente melhorar por conta própria e através dos pensamentos positivos, conhecendo pessoas novas, viajando, passeando ou tirando férias. Sem tratamento, os sintomas podem durar semanas, meses ou anos, podendo resultar numa inibição global da pessoa, afetando a parte psíquica, como a memória, o raciocínio, a criatividade, a vontade, o amor e o sexo, e também a parte física.

Sintomas
A pessoa deprimida não tem ânimo para os prazeres (a designada anedonia) e para quase nada, não encontrando sentido para a vida. Apesar de ter consciência das coisas boas de sua vida, saber que os motivos para seu estado sentimental não são tão importantes e de não desejar estar dessa forma, continua muito deprimida.


Existem muitas maneiras de expressar um estado de depressão, e cada pessoa terá um tipo de comportamento, por exemplo: há pessoas que ficam caladas diante das suas preocupações, outras choram, outras contam as suas dificuldades para todos, outras sentem dor de estômago e alguns têm até aumento da pressão arterial. Tal como foi referido anteriormente é extremamente importante ter em conta o que o nosso organismos nos tem para dizer.
Tratamento O tratamento adequado, entretanto, pode ajudar a maioria das pessoas que sofrem de depressão, Atualmente os medicamentos para depressão são muito eficientes, específicos e cada vez com menos efeitos colaterais. Os antidepressivos NÃO são calmantes. São substâncias específicas para a correção do humor ou do afecto do individuo.

Se o paciente é deprimido (depressao crónica), o tempo de tratamento pode ser mais longo e, inversamente, se o paciente está deprimido, passa apenas por uma fase de Depressão, podemos pensar num tratamento mais breve.

É importante não confundir o sentimento de tristeza com depressão. Se a pessoa está triste e consegue lidar com esse sentimento, então ela não está em depressão, afinal a tristeza é uma conseqüência de factos da vida, por exemplo perder o emprego. E quando a pessoa não consegue lidar com os seus sentimentos e perde a vontade de fazer o que gosta, não conseguindo ver o lado positivo na situação, o melhor conselho é procurar um profissional para o melhor diagnóstico.

Doi-me a cabeça estarei deprimido?

Ao contrário do que inicialmente pode parecer, esta não é uma pergunta sem sentido.

Does crónicas, musculares ou abdominais, que não respondem a uma intervenção medicamentosa (quantos de nós têm recorrentemente dores de cabeça e associam logo a uma doença fisica? quantos de nós não tomamos medicamentos para a dor de cabeça associando sempre a cansaço?) e se vos dizer que estes sintomas podem ser de depressão?


De acordo com o 1.º Estudo Nacional Sobre Saúde Mental, 8% dos Portugueses sofre de depressão, sendo a grande maioria do sexo feminino. No entanto, muitos mais casos estarão por diagnosticar. Tudo porque as manifestações físicas ainda não são reconhecidas pelos doentes e mesmo por alguns profissionais de saúde como sintoma de depressão. é caso para vos dizer que, e não identificando a pessoa, tive em consulta um paciente que durante dois anos foi estudado pelos serviços de neurologia de todos os hospitais de Lisboa, tinha dores de cabeça fortissimas todos os dias....."eram enxaquecas terriveis"...no fim de dois anos foi diagnosticada uma depressão. MOTIVO? Separação conjugal, partilhas, problemas profissionais, tudo conjugado reflectiu-se numa exaustão emocional tremenda.


É fundamental ter em conta os sintomas físicos como sinais de alerta importantes que mascaram frequentemente os restantes sintomas depressivos. O diagnóstico atempado da depressão é o primeiro passo para controlar a doença. Para tal, é fundamental tratar os sintomas de uma forma ampla, para que o doente recupere, de forma a retomar a sua funcionalidade e qualidade de vida.

Se se identifica com este artigo, não ignore aquilo que sente, não adie verificar como anda o seu estado de saúde. É verdade que a vida anda muito rápido e muitas vezes não é fácil tirar tempo para reflectirmos acerca do nosso corpo, acerca do que sentimos, mas tenha consigo a ideia de que este "esquecimento" a longo prazo poderá ter efeitos negativos em si



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Num momento de crise vou pagar para ouvir conselhos? quanto vale um conselho de um psicólogo?

A resposta a esta pergunta é nada. Você não vai pagar nada para receber conselhos, simplesmente porque o psicólogo não os dá. O psicólogo ajuda-o a pensar ou repensar a sua vida, ajuda-o a interiorizar os seus significantes (familia, amigos, namorados, afinal quem são eles?), confronta-o com as suas próprias fragilidades mas também potencialidades. Questiona-o muitas vezes. Clarifica-o nos momentos de dúvida, incerteza, angústia. Ampara-o quando se sente fragilizado e tenta que o individuo consiga transformar o sofrimento em algo positivo (sim leu bem, positivo) porque todos nós sabemos que "o que não nos derruba torna-nos mais fortes".



 

O que é afinal a Psicologia?

 
Esta é uma questão que surge frequentemente...

Muitas vezes, deparo-me com ideias erróneas de que os psicólogos são videntes, mágicos, pessoas que conseguem resolver os problemas assim de um dia para o outro.... que lêem os pensamentos e mesmo sem as pessoas falarem, conseguem penetrar nas suas mentes e descodificá-las... (quantos de nós psicólogs já ouvimos "eu não vou falar contigo porque vais entrar na minha mente". Os psicólogos também não são os "médicos de malucos", como por vezes se diz na gíria... quantas vezes todos nós já ouvimos a célebre frase:"EU?! Ir a um psicólogo?! Nem pensar.. eu não estou maluco/a". Que ideia tão errada esta....

O que são afinal os psicólogos?!

Sem querer ser demasiado exaustiva e cansativa (porque na teoria é bem mais dificil do que na prática), considero que talvez, a título de curiosidade, possa ser interessante definir o que é a Psicologia. Esta consiste no estudo do comportamento e dos processos mentais inerentes ao mesmo, ou seja, alia o estudo do comportamento humano aos processos psicológicos associados ao bem-estar físico e psíquico do indivíduo.


Assim, um psicólogo é alguém que estuda a ciência do comportamento humano, procurando aplicá-la em diferentes contextos, nomeadamente, em termos da Prevenção (prevenir o desenvolvimento de problemas, actuando, por exemplo, em termos de comportamentos de risco), Promoção (promover a aquisição de competências específicas junto dos indivíduos, de forma a que estes consigam lidar melhor com as dificuldades e atinjam estabilidade e bem-estar, por exemplo, em termos da orientação vocacional dos jovens e adultos permitindo assim oferecer-lhes um leque de possibilidades para que se sintam mais orientados a nível profissional) e Remediação (ocorre quando o problema já se instalou, sendo que, neste caso, o psicólogo, principalmente o Psicólogo Clínico, procura que o indivíduo identifique o(s) seu(s) problema(s), ajudando-o a encontrar a melhor forma de lidar com o mesmo, por exemplo, problemas relacionais, luto e perda, problemas de aprendizagem, entre outros).

Ao contrário dos psiquiatras, os psicólogs não prescrevem medicação e a sua intervenção passa por várias técnicas e correntes terapêuticas que ajudam o invdividuo a desenvolver-se integralmente e individualmente. Engane-se quem pensa que as idas aos psicólogos só servem para quem passou ou passa por um periodo traumático. Aos psicólogos cabe também o papel de promover competências, por vezes as pessoas têm um potencial enorme que não conseguem desenvolver, simplesmente porque, por alguma razão que muitas vezes não compreendem.

Resumindo: desmestifique-se a ideia de que ir ao psicólogo é um acontecimento traumatizante ou só para "malucos".