Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cuidado com as frases que usa para chamar a atenção do seu filho





Na hora do stress, da raiva, nem sempre é fácil controlar as palavras. Bradamos aos quatro ventos a nossa indignação, muitas vezes usando frases feitas e de uma enorme carga negativa. Já reparou quantas vezes isso acontece dentro da sua casa? Pois é, quando precisamos dar um "ralhete" nas crianças, geralmente apelamos para expressões que sem termos noção têm impacto nas crianças: “não fazes nada de jeito!”; “és um preguiçoso. Desse jeito, não vais ser nada na vida!”. Elas soam como meras explosões de fúria ou podem acarretar consequências no desenvolvimento dos mais pequenos?

Os pais precisam de ser cautelosos na maneira como falam com os seus filhos. “Quando os pais verbalizam para os filhos que eles não sabem fazer nada de jeito, as crianças podem crescer com esses conceitos, essas regras dentro delas mesmas. Dessa forma, há a possibilidade de elas não se sentirem capazes, quando adultas, por exemplo, de desenvolver um projecto no seu trabalho, não sentirem confiança no que fazem e nos resultados. 

Esse tipo de agressão verbal é muito mais comum do que aquilo que imaginamos. Mesmo os pais mais zelosos e carinhosos podem deixar escapar, num momento de nervosismo, frases comprometedoras. Muitas vezes, o stresse do dia a dia, a falta de tempo, a falta de ‘prática’, a cobrança que os pais fazem a si mesmos na procura de serem os mais adequados podem acabar  num aumento da auto-cobrança. Em momentos stressantes é mais fácil apresentar esses comportamentos. 


Regras e afins

Então, os pais não podem ralhar com os filhos quando eles estão errados? Muito se questiona a esse respeito, já que as gerações passadas foram criadas com muita repressão, palmadas e castigos.

A questão é  que  tipo de educação que queremos dar aos nossos filhos?  Ao dizer frases ofensivas – que, cá entre nós, não diríamos nem mesmo àquela pessoa chata que vive perturbando o nosso dia a dia – estamos ofendendo e muitas vezes comprometendo a auto-estima das crianças. 

Estamos lidando actualmente com uma geração de crianças questionadoras e cientes do seu papel no mundo. Diferentemente do que acontecia na época de nossos avós, hoje os pequenos têm uma relação mais próxima com os seus pais e exigem tratamento de igual para igual, sem distinção de hierarquia. Ao ouvirem ofensas, podem não entender que por trás das palavras duras existe apenas a intenção de educar.


Chamar o seu filho de burro,   preguiçoso ou “de um zero à esquerda” não vai ajudá-lo a avaliar onde está a errar. Isto pode estabelecer para a criança padrões errados de auto-percepção e, consequentemente, ter reflexo no seu futuro. 

O ideal é ser direto e objectivo. As mensagens devem ser claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos, assim o pequeno cresce num ambiente seguro. 

Quando isto não acontece, a linguagem fica no ar, permite à criança imaginar, supor uma infinidade de consequências. Esta sensação de ‘confusão’ pode gerar sentimentos de insegurança, ansiedade, instabilidade, já que esta não sabe claramente o que irá acontecer se tiver um ou outro comportamento.

Por exemplo: se você estabelecer que o seu filho precisa fazer a lição de casa antes de brincar, essa regra precisa ser cumprida, de forma a que a criança se sinta segura e consciente dos resultados. Quando ela quebra uma norma previamente estabelecida e não tem a punição - como não fazer a lição e ir brincar mesmo assim - passa a não respeitar as ordens da casa e dos pais.

10 frases que não se deve dizer ao filho:

"És mesmo burro".
" És mesmo um preguiçoso. Não vais ser nada na vida!"
"Vou te bater".
" Não me obedeces; nunca mais vou falar contigo."
"Se não me obedeces vais ficar um mês sem computador."
"Estás a comer que nem um porco."
"Já te disse isso mil vezes."
"Se mexer aí o papão vai te morder"
"Se não tomares o remédio, o médico vai te dar uma injeção."
"Porque é que você não faz como o seu irmão, que é tão obediente?"


“As regras são importantes para as crianças, pois são o alicerce de um ambiente seguro, confiante. Elas não precisam ser vistas como punitivas, podem ser vistas como demonstração de amor e de preocupação”.

Use mensagens claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos. Assim a criança cresce num ambiente seguro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pais que não têm tempo para os filhos

Filhos que estão na escola a maior parte do tempo e quando chegam a casa, não podem ficar em casa com a empregada, ainda mais com a crise, e se atiram para diversas actividades. Além da escola, têm aula de natação, futebol, judo, ténis, aulas de música, escuteiros, ocupações de tempos livres, etc…. etc….

Este é o quadro que temos hoje. Comum, sem dúvida, mas eficiente? Terão consequências ou já as têm que talvez nem estejam a ser identificadas pelos pais?

O tempo com filhos tem sido negligenciado ou considerado pouco importante pelos pais e, principalmente, pelas mães que colocam o trabalho como prioridade e os filhos em segundo plano, imaginando que com o resultado financeiro advindo do trabalho, estarão a dar a esse filho o melhor de tudo. Grande ilusão!

Não estou a dizer com isto que as mães não devem trabalhar, nada disso. A distorção desses valores é que se tem mostrado que temos crianças infelizes e despreparadas para enfrentarem uma realidade muito mais exigente do que parece.

Crianças que passam muito tempo longe da mãe muitas vezes desenvolvem um comportamento inseguro, pois a base da segurança vem da interiorização da figura materna e isso é feito na convivência profunda entre mãe e filho(a).

Pais que chegam tarde em casa e que convivem apenas de uma hora e meia a duas horas com filhos, têm dificuldade em discipliná-los por pena ou receio de se tornarem mal vistos por esses filhos, ou de parecerem antipáticos/maus.


Deixando de discipliná-los como convém, esses filhos tornam-se ditadores, manipuladores e autoritários. E é precisamente esta a maior dificuldade que hoje em dia os pais atravessm: disciplinar os filhos, como que perdem o controlo dos seus próprios filhos.  Como consequência disso, desenvolvem baixa resistência à frustração, pois não aprendem a lidar com situações que não são aquelas que eles planearam.

Em decorrência disto, tornam-se adultos infantilizados que na primeira dificuldade no trabalho, por exemplo, pedem demissão ou, na primeira crise em relacionamentos procuram logo novos parceiros para muitas vezes comlatarem a ausência que sentem interiormente. Igualmente, na primeira crise dentro do casamento, incapazes que sempre foram em lidar com situações de dificuldade, escolhem o divórcio como alternativa mais fácil e menos desgastante.


O resultado disso é o que temos visto dessa geração que começou a surgir nos anos 80, com a chegada da mulher ao mercado de trabalho. Geração, essa hoje, com jovens de vinte e tantos anos vivendo relacionamentos precários e passageiros, com parceiros descartáveis e flutuantes.

Esquema de criação estabelecido décadas atrás que se estende e se perpetua ainda hoje, onde crianças de 3,5,8, anos etc… vivem situações semelhantes. Pouquíssimas mudanças aconteceram nas últimas décadas, e podemos considerar mudanças para pior. Afinal, o mundo competitivo exige actividades múltiplas… transformado essas crianças em adultos bem-sucedidos. Será?

Será o adulto bem-sucedido aquele gerente de alguma empresa, com inúmeras pessoas que trabalham abaixo dele, mas que fica stressado ao extremo, levando a crises de depressão, de agressividade, síndrome do pânico e com dificuldade em lidar com frustrações e medo da competitividade. E, como consequência, o isolamento e dificuldade de aproximar-se das pessoas que podem ser potenciais inimigas?

Hoje em dia, sabemos que um adulto bem-sucedido, é aquele bem equilibrado emocionalmente, que consegue gerir bem situações de frustração e não tem receio da competição, pois conhece bem a sua tarefa, o seu lugar e sabe disso por ter uma auto-estima equilibrada e saudável. É bom lembrar que a auto-estima não se constrói aos trinta anos, mas é construída na primeira infância pelos pais que gastam o tempo observando a criança e acompanhando em detalhe a evolução de comportamento e personalidade, que aos três anos já está formada.

O criar de filhos exige renúncia, sacrifício e deixar de lado situações aparentemente prioritárias e engajamento absoluto no preparo dessa vida que um dia iniciou, na maioria das vezes, por escolha.
É necessário observar cuidadosamente se cada mãe em potencial se encaixa dentro da exigência da maternidade.

Caso não se encaixe, NÃO TENHA FILHOS! Nenhum ser humano merece, ainda que considerando que está a fazê-lo bem, ser negligenciado.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Aucontrole: como lidar com os outros quando nos tiram do sério?

Existem aquelas pessoas que especialmente nos tiram do sério. Provocam, mexem nas nossas feridas de uma forma que muitas vezes nem dá para entender se o fizeram de propósito ou por ingenuidade. São pessoas que fazem pedidos descabidos, são pessoas que simplesmente acham que tem mais direito que os demais. Ter autocontrole é fundamental para continuarmos a nossa vida sem precisar nos desentendermos com cada uma destas pessoas. Afinal de contas, não é porque a outra pessoa não ter bom senso que você precisa de ser igual.

Hoje em dia a competição profissional é cada vez mais intensa, temos que assumir cada vez mais riscos senão ficamos obviamente para trás. Temos milhões de coisas para fazer no menor tempo possível. Para quem é casado existem as exigências do casamento - o outro a querer atenção e você sem tempo ou paciência. Para quem é pai ou mãe, são os filhos que requisitam mais e mais. Para quem é solteiro é necessário equilibrar trabalho, amigos, as tarefas de casa, família e ainda arranjar uma namorada ou namorado - porque ninguém é de ferro e ninguém gosta de viver sozinho.

Não é difícil de perceber a quantidade de coisas que podem te afectar: um colega tipo “sabichão” que só sabe mesmo é o tirar do sério ou aquele chefe critico, um supervisor na defensiva, um filho endiabrado, uma esposa/marido que não colabora, o amigo que só lhee liga para falar dele mesmo e nem pergunta como você está, o parente invejoso, enfim, a lista é gigante.
As frases que mais se ouvem são: “O meu chefe deixa-me louco”. “Os meus filhos acabam comigo”. “Eu odeio quando... (preencha como quiser - pode ser um evento, uma tarefa, uma decisão, um prazo, uma crise ou uma incerteza)".

Muitas coisas podem abalar a vida do individuo: mudança de carreira, um divórcio, ou até um casamento (também abala, pensa que não?), a compra da sua casa, uma entrevista de emprego, o trãnsito, decisões para tomar... muitas decisões, mas a pior decisão que é: não decidir nada. É a decisão do medo! Ficar num cantinho vendo os outros a viverem e você só a sobreviver!

O que fazer para não sair do sério?
Auto-gestão é a resposta para lidar bem com isto tudo. Se você deixar existem muitas coisas para o tirar do sério e você precisa de não permitir que os factos do quotidiano e as pessoas o afectem tanto. Superar as dificuldades sem sofrer desnecessariamente.

Problemas todas as pessoas têm. Se você não tem, então você deve estar morto, pois basta sair para dar uma volta de carro para alguém se meter consgio e tentar tirar-lhe o controlo. Se você for mulher sabe que os compromissos de casa são um intenso desgaste - você sabe do que eu estou a falar. Sabe-se lá que outras circuntâncias esta exposto que o podem tirar do sério. Você não pode evitar que essas coisas aconteçam mas, pode aprender a lidar melhor com delas.

O que você não sabe é que foi você que permitiu que o tirassem do sério. Ninguém o tira do sério se você não deixar. O problema é que as pessoas não sabem como fazer para impedir a influência do outro.

Antes vou-lhe contar as três coisas que facilitam que o tirem do sério mas ao mesmo tempo fazem de você um ser humano: você pensa, sente e tem um determinado comportamento.

O que faz de você um ser humano           

Em primeiro lugar o pensamento . Mesmo que você queira, não consegue ficar um minuto sem pensar, mesmo quando a sua cabeça está longe, no mundo da lua, está pensar em alguma coisa. Muitas vezes as pessoas nem prestam atenção no que estão a pensar, ou seja, este pensamento não é consciente.

Em segundo lugar, aa pessoas estão quase que o tempo todo sentindo uma emoção . Pode ser algo só meio vago, pode estar meio irritado, meio feliz ou pode ser intenso como uma fúria, depressão, etc.

E, por fim, você está sempre se  a comportar-se , a fazer alguma coisa. Se você está agora a ler este texto, isso já é um comportamento, o comportamento de se concentrar num texto.

E é sobre isso que eu vou falar, o que lhe passa na cabeça, quais os sentimentos que o perturbam e o que você faz com tudo isso.

O problema está dentro de você           
 Esta é uma óptima noticia, pois se se o problema está com você, a solução também está ao seu alcance.
   
As pessoas costumam achar que o problema está sempre fora delas, ou seja, se você se irritou, é porque alguém o ofendeu, se você está depressiva é porque o outro te deixou assim, e por ai a fora. Mas na realidade o que o tira do sério não são as dificuldades que lhe aparecem, as pessoas difíceis que você tem na sua vida, os seus prazos curtos a cumprir, os sabichões, a irresponsabilidade dos outros etc.

Na realidade não é nada disto que o tira do sério. O que o tira do sério é você mesmo. É  a forma como você lida com todas as dificuldades com que se depara, ou seja, o que o afecta não são as coisas que lhe acontecem, mas os pensamentos, as interpretações e as reacções que você tem quando uma das referidas coisas acontece. 
Eu sei que até agora o que eu tenho é um conjunto de leitores incrédulos que penam: “Mas como? É claro que os meus problemas são essas coisas horríveis que me acontecem! Como é que a Carolina tem a coragem de dizer que o problema é a minha cabeça?”

Mas veja bem, isso é uma ótima noticia, porque esse é o segredo que lhe vai facilitar viver muito melhor. Estou a dizer-lhe que você tem o controle da sua vida, sobre o que lhe acontece. Como você se sente está na sua mão e não nas mãos dos outros ou do destino.

Como ocorre o processo interno que nos faz sair do sério           


Vou explicar. Primeiro, passo A, ocorre um problema, alguém lhe faz algo muito grave. Vamos dar o exemplo do trânsito: alguém lhe deu uma apitadela porque você não o deixou passar. Passo B: você reage ou fica furioso, persegue o individuo, briga com ele ou perde o dia porque fica irritado até muitas horas depois.

Mas antes de você reagir, de se alterar, de responder, algo aconteceu automaticamente na sua cabeça: você percebe, escolhe, analisa, julga, imagina. Enfim, tudo isso tem um mesmo nome, que é: você pensa!

Mesmo que esse pensamento seja muito rápido e você mal o perceba, você precisa dele para sentir raiva ou o que for, você precisa do pensamento para chegar a algum comportamento. O negocio é que muitas vezes esse pensamento é tão rápido que você não se dá conta dele.

Algumas pessoas não se dão conta disto, elas dizem: “O homem abriu a boca e o sangue subiu-me”. Aí, parece que o sangue lhe subiu à cabeça pelo que o individuo disse, parece que o sangue lhe subiu à cabeça porque individuo lhe disse aquilo. Mas o sangue subiu-lhe pelo o que você pensou a respeito do que o individuo lhe disse. Você teve que considerar uma ofensa, então essa fúria surgiu por sua causa, por causa de seus conteúdos mentais e não diretamente por causa do outro.
O que eu estou a dizer é: não importa o que lhe aconteça, é o que você pensa desse acontecimento que vai determinar se você vai explodir ou não.     
Às vezes você justifica-se, colocando a culpa nos outros ou nas coisas que lhee acontecem pelos comportamentos e pelo sofrimento pelo qual você está a passar. Mesmo porque você não tem poder sobre o outro. Você vai mudar o outro? vai fazê-lo ter consciência ou respeito? Muitas vezes, você não consegue fazer isso.

Assumir a responsabilidade pelos nossos sentimentos e comportamentos é muito importante. Em primeiro lugar não estou a dizer que você deve se culpar ou se recriminar. As pessoas usam a palavra culpa e responsabilidade como se fossem sinônimos, mas “culpar” significa “recriminar” e “responsabilizar” significa que você responde pelos seus sentimentos e atitudes. Assumir responsabilidade é saudável. Culpar-se é destrutivo.    
Quatro modos de pensar


 Existem quatro modos de pensar quando algo acontece. A boa noticia é que são só quatro e é fácil de entender. A má noticia é que, destas quatro maneiras, três são muito prejudiciais, são pensamentos enlouquecedores. Quero dizer que se você pensa de uma destas três maneiras você não vai lidar com a situação de forma sensata, você vai permitir que o outro o tire do sério e você vai reagir de forma descontrolada e desproporcional.

O Pensamento Enlouquecedor

O primeiro pensamento enlouquecedor é o chamado pensamento catastrófico. Isto significa que a pessoa transforma tudo em algo muito mais importante do que realmente é. É fácil de reconhecê-los, porque muitos pensamentos catastróficos começam com a expressão “e se”.

Por exemplo, você está na sala de espera de uma entrevista de emprego e a sua cabeça começa: “E se ele perguntar algo que não sei responder. E se não gostarem de mim. E se eu não for interessante?”.
Estas perguntas querem dizer que caso alguma dessas coisas aconteça não vai ser só uma preocupação, vai ser uma catástrofe. Entrando na entrevista com isso na cabeça você será obviamente derrotado, com muita certeza esses pensamentos vão virar uma profecia que se auto realiza.

No casamento aparecem muitos pensamentos catastróficos. “E se ele não me amar mais”. “E se ele não mudar”. “E se o trabalho vier sempre em primeiro lugar”. Um ponto interessante é que o problema não é exatamente a pergunta, o problema é a resposta. 

Outra forma de pensamento catastrófico é identificado quando ouvimos as pessoas começando frases assim: “eu fico louco quando...”, “não agüento quando...”, “isso acaba comigo...”, “eu odeio quando...” . Sempre que existem esse tipo de pensamentos, você fica mais susceptível às pessoas ou situações que lhe tirem do sério.

E você deve saber que entrar em pânico é a melhor maneira de você se tornar infeliz .

Quantas vezes você entrou em pânico por coisas que, quando realmente aconteceram, você viu que não eram tão más assim. Como, por exemplo, aquele que nem abre o resultado do exame com medo de ter uma doença tão grave que o médico vai lhe dar só alguns dias de vida, mas quando finalmente ele tem coragem vê que não tem doença nenhuma. Ou aquela pessoa que começa um emprego a achar que não vai conseguir aprender as funções, mas dali a alguns dias já está craque no serviço.

A boa noticia é que todos podem aprender como parar de entrar nessas situações de sofrimento desnecessárias.

Pensem comigo, porque seria melhor não entrar em pânico? Além de evitar infelicidade à toa, em pânico você não pensa com clareza, com lógica, você não tem chance de tomar boas decisões. E o melhor: se você reagir adequadamente, você não vai permitir que outras pessoas te façam perder o controle.    
O Pensamento Absolutista     
O segundo tipo de pensamento enlouquecedor é o pensamento absolutista. Os pensamentos absolutistas aparecem quando você pensa em coisas como “eu devo”, “eu tenho que”, “eu preciso”, “eu deveria”. “Eu deveria ter dito tal coisa”. “Eu tenho de ser mais organizado”. Todos nós fazemos isso algumas vezes ao dia. O problema aparece quando você exagera nessa autocrítica.

As pessoas fazem muito isso com a aparência: eu devia ter esta parte do corpo mais fina, mais grossa, maior, menor etc. Dizemos o tempo todo: eu deveria ser mais inteligente, maduro, criativo, desinibido, estável, confiante, decidido.

Pensamos que deveríamos ser mais sérios, mais alegres, mais maduros ou nunca envelhecer. E sabe o que acontece quando você se enche desses “deverias”? Você acaba por passar isso para os outros. Você acaba achar que os outros é que deveriam ser mais, ser menos, fazer isso ou aquilo.

Mas, a pior critica é a que se faz para si mesmo. Esse é o tipo de coisa que acaba permitindo que os outros nos tirem do sério. Porque quando você se critica tanto, qualquer olhar diferente que o outro faz para você já é uma reprovação, qualquer suspiro é uma condenação.

E como é que tudo isso começa? Na realidade começa lá na infância. Com certeza você teve pais dizendo: você deveria brincar com seu irmão, você deveria ser médico, advogado, piloto de avião. Você deveria ser o que eu quero que seja.

E vocês sabem qual é uma das fontes mais cruéis dos “deverias”? É a televisão. Ela vive dizendo que, se você não usar a pasta de dentes certa, se não tiver o corpo daquela modelo, se não usar aquele champoo, jamais você vai ser alguém na vida. A TV vive para convencer das coisas que você deve ter.

O Pensamento de Racionalização
O terceiro tipo de pensamento enlouquecedor é a racionalização. Vejam que raciocinar é uma coisa. Racionalizar é outra bem diferente. Raciocinar é entender as coisas como elas são. Racionalizar é negar os sentimentos.

Exemplo: você tem um filho difícil, ele dá-lhe muito trabalho. Dizer que você não se importa com ele é racionalizar. Dizer “chega, o meu filho pode ir para o inferno, eu não ligo, se ele quer arruinar a própria vida o problema é dele”. Porque nos sabemos o que vai acontecer. Você vai racionalizar assim por dois ou três dias, depois o pânico volta e aparece tudo de novo. E mais forte ainda.

Ou em outro exemplo de racionalização, a pessoa é tão tímida que chega a ter fobia social, tem uma dificuldade imensa em se relacionar com pessoas. E o que é que ela faz? Diz que não se importa com os outros, diz que prefere mesmo viver sozinha, comer sozinha, ir ao cinema sozinha. Ou nem sai de casa, diz que prefere ficar em casa. Mentira! Em psicologia chamamos isso de dissonância cognitiva, que são essas justificativas que as pessoas arranjam para dar sentido a uma coisa que não tem sentido nenhum.

De toda forma, a racionalização é uma tentativa de superar o problema. Mas é uma tentativa muito frágil.     

O Pensamento das Preferências Realistas     
Somos nós que nos irritamos, mas podemos aprender a deixar de o fazer. Como? Aprendendo a aplicar o quarto tipo de pensamento. Felizmente, há esse quarto tipo de pensamento que você pode ter quando alguém está tentando te tirar do serio. É fácil de entender, mas é difícil de colocar em prática. 

Este tipo de pensamento é do tipo de preferências. As mais eficientes são assim: “eu  sentiria melhor se...“, “eu gostaria de...”, “eu preferiria que...”, “seria melhor se...”.     

O pensamento realista não lhe garante que tudo vai dar certo, mas garante que vale a pena tentar, tentar e se corrigir e aprender a cada tentativa. O pior é ficar paralisado e não fazer nada, por puro medo.

Vamos a uma situação. Você tem um chefe que nunca diz o quando seu trabalho é bem feito, por mais que você se esforce, fique depois do horário. Ele não expressa a mínima consideração. O que ele faz é só apontar cada erro seu. Você até gosta do seu trabalho, mas nessa situação está a cansar. Bem antes de você pedir demissão e mudar para outro emprego com outro chefe igual ou pior, ou seja, antes de você trocar de problema, vamos analisar a situação.

Pensamentos que te levam ao pânico são: “E se eu tiver mesmo fazendo um trabalho medíocre? E se ele está farto de mim? Porque é que ele não pode fazer um só elogio”?

Agora os pensamentos críticos: “Que chefe péssimo que eu tenho. Ele precisa entender que funcionários precisam de estímulo. Porque é que eu trabalho tanto se só recebo criticas? Esse cretino precisa aprender a tratar as pessoas”.

Agora os pensamentos de racionalização podem ser: “É assim que funciona em todo lugar, toda empresa é igual. Vou apenas fazer meu trabalho, pegar o meu ordenado e chutar a porta, não vou esperar mais nada, não me importo”.

Os comportamentos das pessoas que tem esses pensamentos acabam sendo o de não se esforçar, tornar-se um sarcástico, passar a só reclamar, entrar em discussões com esse chefe ou recuar, guardar tudo para si e não dizer nada.

A solução é o pensamento realista. Eis alguns exemplos de pensamentos em termos de preferências realistas: “Gostaria que meu chefe apreciasse meus esforços, mas isso não significa que ele tenha que fazer. Preferiria que ele dissesse algo de positivo às vezes, gostaria que ele respeitasse meu trabalho e demonstrasse isso. Se ele não melhorar vai ser uma pena. Estou muito preocupado e comprometo.me a fazer o melhor possível a respeito, inclusive falar com ele sem parece alguém que só reclama”.

Os comportamentos que podem vir de quem pensa dessa forma são muito mais adaptados. A pessoa mantém o seu orgulho, o seu empenho, pode desenvolver um sistema de apoio onde os colegas de trabalho possam reconhecer-se uns aos outros. Quer o chefe melhore ou não, você vai ter lidado bem com a situação e não vai permitir que ele o tire do sério. Ou seja, você está sendo dono dos seus sentimentos, não está sendo refém dos outros.

Isto é muito importante: não ser refém dos outros. Você percebe a enorme diferença que aparece tanto na forma como você sente, como na forma que você se comporta e se dá conta que tudo isso depende da forma como você pensa.

Se você entende porque eu digo que o que te tira do sério não são os outros ou as coisas que te acontecem - que o que te tira do sério é você mesmo -, então você pode se autogerenciar e trabalhar essa cabeça para que ela funcione a seu favor e não contra você. Conte com seu psicólogo para trilhar este caminho de forma mais rápida e eficiente.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Intimidade sexual no casamento: Reflexão

Muitas pessoas pensam que basta estarem casadas para que a intimidade sexual seja completa e franca. Depois de alguns meses ou anos de casamento, percebem que não é bem assim.

Aquilo que parecia ser fácil e que poderia vir com naturalidade, de repente, estancou e não houve mais progresso. Já algum dia pensou nesta questão? Faz sentido?



A espontaneidade de falar sobre determinados pontos dessa intimidade torna-se difícil ao final de algum tempo para alguns casais.Devemos pensar, no entanto, que da mesma maneira que desenvolvemos uma certa intimidade nas amizades e relacionamentos, também o fazemos na área sexual. Ou seja, a conversa, as confidências e o toque são fundamentais. Mas, uma das maiores dificuldades é a abordagem do assunto, a intimidade sexual.



Como e quando começar essa abordagem? Um dos momentos mais propícios é naturalmente nos minutos que precedem a relação (no momento do toque, quando cada um pode dizer ou indicar as áreas que mais lhe excitam; que mais lhe dão prazer).

Muitos maridos desconhecem as áreas erógenas da mulher, tendo apenas um conhecimento geral do assunto. No entanto, sabemos que cada mulher é diferente. Algumas, na própria relação, sentem-se mais à vontade assumindo determinadas posições que outras. Adivinhar não faz parte da habilidade do parceiro. É necessário conversar sobre isso. Percebo que uma grande dificuldade também vem da educação de algumas mulheres. Algumas receberam uma orientação sexual rígida, distorcida, e muitas desconhecem a anatomia do próprio corpo, o que dificulta tremendamente a conquista plena do prazer.


Na grande virada do movimento feminista, quando foi de certa forma visto como "normal" que o orgasmo não era só um privilégio dos homens, as mulheres automaticamente impuseram-se ter orgasmos a cada relação. Muitas porém não o conseguiam e isso tornava-as insatisfeitas ou pior, imaginavam que havia algo de errado com elas. Os maridos, por sua vez, sentiam-se culpados por não saberem levá-las sempre ao orgasmo. Mais tarde, em pesquisas, descobriu-se que não é normal em toda a relação sexual que a mulher atinge o orgasmo (pelo menos isso acontece com a grande maioria).


Portanto, três pontos são importantes para desenvolver essa intimidade:

a) conhecimento do próprio corpo, b) conhecimento sobre sexualidade e c) diálogo.

Lembro-me de duas pacientes minhas na faixa dos seus vinte anos, universitárias, onde o problema estava justamente num dos pontos acima referenciados. Ambas solteiras, a primeira confundia a função do clitóris com a da uretra e desconhecia que a grande maioria das mulheres atinge orgasmo através da manipulação clitoriana. A segunda perguntou-me se, na noite do casamento, teria de ficar de camisola e toda coberta na relação sexual. Novamente a rígida educação sexual vinda e transmitida pelaa família, igreja etc.

Percebo o quanto de desconhecimento ainda existe mesmo com as inúmeras palestras, revistas e estudos sobre sexualidade. Em algumas igrejas, o assunto ainda é tabu.  e pergunto-me a mim mesma sobre o porque? A vergonha do próprio corpo e da nudez frente ao parceiro é mais comum do que se imagina ainda que muitos tabús já sejam hoje ultrapassados e debatidos.


Outra dificuldade está quando o marido aprecia determinadas carícias ou posições e a esposa não — este é um momento perigoso. Deixar de viver um desejo, licitamente permitido, e não poder fazê-lo porque a esposa se sente constrangida ou com vergonha, com certeza leva o marido à frustração. A chave seria cada um ceder, pelo menos um pouco, a favor do outro. Perceber que o outro se sente satisfeito e completo quando me aventuro a ceder significa que a relação também poderá ser satisfatória, porque nesse momento somos um só. “Uma só carne”, na liguagem bíblica. “Um só” – significa, também, que o prazer do outro também é o meu prazer. Mas, para isso, preciso ceder. Se for possível para mim fazê-lo em determinados pontos, sei que o meu parceiro também poderá ceder um pouco a meu favor. Estaremos assim no meio do caminho, sem o perigo das frustrações.


Alguns pontos bem mais sérios impedem que a relação sexual seja totalmente satisfatória. Lembro-me de uma paciente que ao se casar descobriu que tinha frigidez sexual e, portanto, não gostava e não sentia prazer na relação sexual, passando a evitá-la sistematicamente. Enquanto estava em tratamento médico, o que deveria surtir um resultado a longo prazo, percebeu que a insatisfação por parte do marido e seu mau humor acentuavam-se a cada dia. O seu descontentamento não se limitava mais somente à relação em si, mas estendia-se também ao trabalho, à casa,  à família e a outros pontos. Era evidente a raiz do problema. Decidiu contar-lhe o que se passava e como não lhe era doloroso ter relações, resolveu ceder algumas vezes. O marido caminhou também e realizou a sua parte, não lhe pressionando sistematicamente como fazia antes, e assim, os dois conseguiram ir até o meio do caminho. Ela teve filhos, podendo preencher o lado maternal, que obviamente era igual ao de todas as mães. A satisfação do marido pôde ser recuperada nas outras áreas, pois a raiz do problema tinha sido parcialmente solucionada.O prazer completo na relação ela continuava a não ter, mas tinha prazer no relacionamento afectivo com seu marido. Creio que o importante, neste caso, foi a resolução da esposa em admitir contar ao marido o que se passava com ela. Esconder ou “fazer de conta” seria o pior para ambos. Novamente, o diálogo aqui foi fundamental.



Discutir, ler e conhecer mais sobre o assunto é a única maneira de se conseguir desenvolver essa intimidade e conhecer mais sobre as dificuldades e desejos do parceiro. Isso faz com que cada um se sinta mais à vontade e com menos constrangimento para poder se chegar no passo seguinte: colocar em prática o que foi conversado.




Fonte: Artigo publicado originalmente em Casal Feliz (Ano IX – No. 33)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Perturbação biolpar: confusão e mais confusão

A Perturbação Bipolar faz parte dos quadros de depressão, contudo pelas suas características tão intensas é conhecido por “crise de exageros”. Existem períodos em que o individuo torno bipolar passa o dia na cama, não come quase nada,   não toma banho, sem ânimo para nada. Em outros momentos o bipolar transforma-se, fica falador, expansivo, acha-se omnipotente e tem poder para tudo, a auto-estima vai para as alturas, "pula" de um assunto pra outro numa rapidez que não dá tempo para executar nada. Nessa fase a pessoa sente-se com muita energia, mas não realiza muita coisa dado não ter concentração alguma. É agitada, isso não o deixa fazer muita coisa.


Ou seja, numa fase não faz muita coisa porque está apático, noutra fase também não por estar agitado demais. A perturbação bipolar (também chamada doença maníaco-depressiva), é uma doença psiquiátrica grave, que causa mudanças extremas do humor, da energia e do funcionamento geral. Caracteriza-se por ciclos de depressão alternando com episódios maníacos
curva bipolar
Tal como foi referido, a fase agitada, em psicologia, é chamada de fase de mania. É a fase onde a pessoa começa a fazer compras compulsivas, por exemplo, compra tudo o que não precisa e não tem como pagar. Isso é um exemplo do tipo de risco que a pessoa se coloca quando está na fase de mania. Existe uma gangorra emocional.
É comum os amigos gostarem do portador de perturbação bipolar nessa fase, pois ele torna-se corajoso. É fácil de confundir com a alegria normal, mas de normal não tem nada porque o bipolar faz coisas que jamais faria se estivesse normal. O bipolar, por exemplo, pode ter comportamentos sexuais que não são da sua natureza, a sexualidade é intensificada e isso obviamente também o coloca em risco.  

 
Não é fácil fazer o diagnóstico do bipolar. Muitas vezes esta fase exaltada só aparece muito tempo depois do quadro de depressão ter começado e quando aparece a fase da mania o bipolar pensa que está a melhorar. Alguns deixam de fazer o tratamento nesta fase, o que é um erro, pois o que ela sentiu foi uma exaltação doentia, não se tratava da depressão em remissão.
A perturbação bipolar aparece em menor quantidade na população, é mais raro, mas por incrível que pareça é o tipo de patologia que aparece em maior número nas clínicas em procura de tratamento. Esta procura deve-se ao facto de os sintomas do transtorno bipolar serem muito mais intensos, não dá para “empurrar com a barriga”. É como se você levasse uma martelada no dedão grande do pé, você procura ajuda imediatamente, mas quando está com aquele calo que vai apertando devagar, você acha que pode seguir sozinho, não procura ajuda, mesmo precisando desta ajuda. Assim é a perturbação bipolar, como uma martelada no dedão do pé.   

Em Portugal, cerca de 200 mil pessoas, de ambos os sexos, sofrem de doença bipolar.
As causas do aparecimento da doença não são específicas, uma vez que variam consoante o tipo de personalidade e a própria pessoa.

No entanto, os problemas do dia-a-dia podem – e muito – contribuir para o aparecimento de casos de bipolaridade.

A idade não é um factor preponderante para uma melhor compreensão da doença, uma vez que não há uma faixa etária específica para o aparecimento da mesma´no entanto"existe uma maior ocorrência de casos na fase da adolescência.

A doença bipolar é uma doença que interfere muito com a dinâmica familiar do paciente, com a sua vida profissional e com as relações interpessoais – não tem cura. Porém, o tratamento tem uma importância muito significativa na estagnação da bipolaridade pois "evita o aparecimento de crises, estabilizando-as.
O doente bipolar tem de lutar diariamente contra os estigmas e preconceitos sociais, muitas vezes consequência da agressividade que se manifesta durante a depressão.

Quando entra nessa fase mais crítica, ou seja, na fase depressiva, o doente tem tendência a se isolar dos amigos, colegas e até mesmo dos familiares. Esse afastamento deve-se, na maioria das vezes, ao facto de o doente sentir fobia em relação ao mundo exterior. Ao se isolar, pensa que irá resolver os grandes conflitos interiores com que se depara.

Porém, para além de não conseguir resolver estes conflitos, o doente vai perdendo amigos, acabando por ficar cada vez mais só. Este facto deve-se ao facto de as pessoas se assustarem com as crises depressivas dos bipolares, que chegam a ter comportamentos agressivos para com as mesmas.

Não deixe isto acontecer consigo. O pior problema da depressão é a desesperança, a falsa crença de que nada vai mudar na sua vida, mas eu garanto que se você der uma chance a você verá  que muita coisa mudar. Dê-se  o direito de se tratar. A depressão começa com um descontentamento pela vida.
Os meses vão passando e a situação vai ficando mais grave. Sair da cama, ir para o trabalho começa a ser muito difícil, a pessoa começa a ficar irritada, ter crises de choro,  sente-se doente, apática, sem vontade de falar com ninguém. O corpo continua vivo, mas a alma não.

O mais importante disso tudo é você saber que existe tratamento, tem que o fazer para controlar a depressão e o transtorno Bipolar, a psicoterapia associada ao tratamento medicamentoso oferece equilibrio e a possibilidade de uma vida normal.










quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Promoções Low Cost: a Psicologia ao alcance de todos



Promoções Low-Cost
Atenção a todos os meus visitantes: Devido à crise e devido aos problemas sociais que discorrem de uma economia e de um pais em crise, considero importante diminuir os preços das sessões, dado que as pessoas me procuram mas de facto ter um acompanhamento psicoterapêutico não se consubstancia como propriamente "barato".


Primeiras sessões: de 60 passam a 30 euros

Sessões seguintes: de 50 passam para 25 euros

Terapia de casal:de 70 passam para 35 euros



?Situações de angústia intensa: medos, ataques de pânico
?Depressão
?Dificuldade s profissionais causadas pela ansiedade /conflitos com colegas
?Dificuldades de expressão e comunicação
?Isolamento
?Situa
ções de luto
?Consumo exagerado/ dependência de substâncias
?Impulsividade ( descontrolo)
?Crises familiares (separações, divórcios)
?Desinteresse pelas actividades quotidianas/ desmotivação acentuada
?Necessidade de compreensão de si e melhoria de certos aspectos da personalidade
? Dificuldades de relacionamento com os outros e consigo próprio.

Serviços Disponibilizados :
1. Acompanhamento Psicológico
2. Aconselhamento em situações de crise
3. Psicoterapia
4. Orientação Escolar, Profissional e Vocacional
5. Aconselhamento a Pais e Famílias
6. Formação/ Consultoria nas áreas da Saúde Mental e Psicologia Clínica
7. Avaliação Psicológica e Diagnóstico

Mas porquê ir a um psicólogo nos dias que decorrem?

 
No fundo, e tal como já foi referenciado anteriormente, a intervenção precoce nas perturbações mentais poderá permitir poupar muito dinheiro  às próprias pessoas bem como, às instituições de trabalho, isto em época de crise.

Numa altura em que se sabe, pela conjectura social e económica do País, que há um aumento potencial de perturbações do ponto de vista mental como ansiedade, depressão, stresse e aumento do suicídio, o psicólogo pode ter respostas para estas questões. Para além do alívio do sofrimento que a perturbação psicológica pode causar, a intervenção de um psicólogo pode minimizar um conjunto de consequências sociais e económicas da perturbação. Quando falamos em questões sociais, falamos por exemplo, no aumento dos consumos de álcool e da taxa de suicídio. Por outro lado, a intervenção de um psicólogo clínico poderá ter uma efectividade na redução dos custos directos dos individuos (número de consultas, consumo de fármacos) e indirectos (absentismo, menor produtividade).

Resumindo, os custos da perturbação psicológica, o aumento da prevalência das perturbações mentais e os efeitos da crise económica no agravar deste problema reforçam a necessidade de intervenção psicológica precoce. Convém aqui sublinhar que os benefícios desta intervenção podem verificar-se também em patologias não directamente relacionadas com a perturbação mental, como por exemplo, doenças cardiovasculares, oncológicas, entre outras.

domingo, 6 de novembro de 2011

Casais que se tornam mais amigos do que amantes


Todas as relações amorosas, seguem um percurso mais ou menos "defenido" que é igual para todos aqueles que posteriormente pensam em juntar-se ou em casar.

As pessoas conhecem-se, por intermédio de amigos, pelo facebook, por chats de internet, por saidas à noite. Enamoram-se, apaixonam-se e começam a namorar. Durante o periodo de namoro, o relacionamento, na maior parte das vezes, parece quase "perfeito". O casal assume tantas vezes o outro como a cara metade. Pensam em partilhar as suas vidas. Com o passar do tempo, e se tudo correr bem, o casal pensa juntar-se e, como é tão tradicional na cultura portuguesa, casar, ter filhos, constituir uma familia.

Posteriormente vem a vida a dois, o que com o exponencial de divórcios hoje em dia não considero que seja uma situação de todo fácil. Sogras que se metem na relação. Contas para pagar. O desemprego de um dos conjugues. Dificuldades na comunicação, parte a parte. Decições e opiniões contrárias quanto à educação dos filhos. 

Todos estes factores podem fazer com que o casal se aproxime enquanto amigos mas que se afastem enquanto verdadeiro casal. Onde fica a intimidade no meio disto tudo? Quem é que se lembra de "mimar" o outro? Quem é que tem vontade de se envolver sexualmente com o parceiro? Em terapia, esta é uma das questões que eu trabalho constantemente. Os casais esquecem-se que existe afectividade sexual, esquecem-se que existe o "namoro" e o afastamento com o passar do tempo vai sendo cada vez maior e claro, inevitável.

Então é bom termos uma relação de amantes-amigos?

 É inevitável que o amor se transforme em amizade depois de certo tempo? Até que ponto essa mudança é benéfica?

Quando usamos a palavra inevitável, na maioria das vezes, estamos a referir-nos a algo de negativo, algo que não gostaríamos que acontecesse aos casais . A transformação, seja ela em qualquer campo das nossas vidas é benéfica, quer dizer que passamos para outra fase, que conseguimos olhar a vida de outra forma e, na maioria das vezes, com mais segurança e maturidade. Se pensarmos assim, existem diversos pontos positivos em "amantes amigos".

- Caso seja inevitável, como entrar nessa fase e aceitá-la com maturidade, sem grandes crises que possam acabar de vez com o relacionamento?


Na verdade, a atitude madura já "deveria" estar presente em qualquer relacionamento, afinal, estamos a falar de dois adultos que decidiram, em comum acordo,  de viverem juntos.

Um relacionamento amoroso baseado apenas na paixão não constrói uma base sólida para o tão sonhado "felizes para sempre", somente conseguimos aceitar e, melhor ainda, sermos felizes com o companheiro escolhido, quando identificamos nele características que são compatíveis com a nossa interpretação do mundo, ou seja, que nos remetem a sentimentos de confiança, lealdade, carinho e amor. Ao pensarmos assim, para um relacionamento ser duradouro e superar as suas diversas transformações, características ditas de "amigos" deveriam existir desde o princípio .

No processo de mudança, o segredo não é "aceitar" a nova fase como acto de comodismo mas sim procurar as grandes novidades que ela pode proporcionar, um novo e maduro amor que nasce. Casais que conseguem passar por esta "transformação", de forma tranquila ou com a ajuda de um profissional, não importa, têm como recompensa a união de duas forças, o amor e a amizade.

- Alguns especialistas dizem que as labaredas da paixão não podem e nem devem durar para sempre e que, com o tempo, é preciso manter apenas as brasas acesas. Será assim?

Está provado cientificamente que a paixão acaba em dois anos, as labaredas que trazem a necessidade do outro o tempo todo, o ciúme desmedido e as atitudes intempestivas também terminam. O que sobra é a serenidade da companhia, a confiança e cumplicidade e , é claro, duas pessoas que têm de alimentar a brasa do desejo e amor para que ele nunca cesse.

- Deixar aflorar o companheirismo significa que o amor acabou, que a relação esfriou?

Na minha experiência atendendo casais, eu digo que não. Quando, no processo terapêutico, um casal em crise, retoma as atitudes de companheirismo, com ela renasce a união, o entendimento mútuo e o desejo sexual.

- Como detectar essa mudança? Que atitudes são assumidas pelos parceiros que deixam claro que o fogo da paixão terminou?

Quando a mudança é implícita para os dois, geralmente o processo acontece com naturalidade e, aos poucos, o relacionamento segue o seu rumo.

Pode acontecer que um dos parceiros apresente comportamentos diferentes dos habituais, sendo assim, é importante que aconteça logo uma conversa sobre as mudanças observadas, não deixando que a situação chegue ao limite. Muitas vezes, basta uma conversa esclarecedora para que o casal consiga interpretar e resolver a situação juntos. Se acharem necessário a intervenção de um profissional, façam o quanto antes, admitir erros e aceitar mudanças é sinal de inteligência e de uma vida mais saudável e feliz.

- Essa mudança acontece de maneira natural? Ou a correria do dia a dia, as brigas, a falta de frequência de sexo e os filhos contribuem para enterrar de vez o amor do casal?

Uma forte característica dos casais em crise é colocar a culpa  num terceiro. Ninguém e nem nada é capaz de acabar com o sentimento de duas pessoas que realmente querem ficar juntas, factores como a correria e o pouco tempo para sexo, em casais saudáveis (ou que procuram ajuda), são responsáveis por aumentar a vontade de estar mais tempo juntos.

- Dá para reverter esse quadro? Como?

Com tolerância, respeitando o seu parceiro e sendo respeitada/o por ele/a, traçando novas missões e sonhos em comum .

Caso encontrem dificuldade sozinhos, a terapia cognitiva , através do seu processo terapêutico é riquissíma em técnicas visando a mudança de pensamentos que geram estes comportamentos e sentimentos disfuncionais para a relação.

Concluindo:
Acreditem no amor, afinal, existem muitos casais que enfrentam as mesmas dificuldades que você e, ainda assim, continuam a viver um "final feliz" .



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Alienação parental: pais em luta pelos filhos





“ A decisão de ter um filho é uma coisa muito séria.
É decidir ter, para sempre, o coração fora do corpo”
E. Stone



A síndrome de alienação parental é um acontecimento frequente na sociedade actual, que se caracteriza por um elevado número de separações e divórcios.  Fala-se ultimamente em “Síndrome de Alienação Parental”; embora este termo não seja o correcto, a alienação parental existe quando um dos progenitores tenta repetidamente denegrir o outro progenitor junto da criança, habitualmente durante uma situação de divórcio; contudo não deixa de ser uma situação de maus-tratos emocionais para as crianças.


O filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro. A mãe ou pai monitoriza o tempo do filho com o outro genitor e também os seus sentimentos para com ele.

As estratégias de alienação parental são múltiplas e tão variadas quanto à mente humana pode conceber, mas a síndrome possui um denominador comum que se organiza em torno de avaliações prejudiciais, negativas, desqualificadoras e injuriosas em relação ao outro progenitor, interferências na relação com os filhos.

Este amplo quadro de desconstrução da imagem do outro pode incluir, por exemplo, falsas denúncias de abuso sexual ou de maus tratos, invocados para impedir o contacto dos filhos com o progenitor odiado, programando o filho de forma contundente até que ele mesmo passe a acreditar que o facto narrado realmente aconteceu. Estas não são situações de todo incomuns e apesar de ser um jogo de forças entre pai e mãe, quem sofre as consequências será sempre a criança que se vê integrada num jogo onde não pediu para jogar.

A Síndrome de alienação parental é um fenômeno que se manifesta principalmente no ambiente da mãe, devido á tradição de que a mulher é mais indicada para exercer a guarda dos filhos, notadamente quando são ainda pequenos.
Mas a SAP pode ser instaurada também pelo progenitor "não guardião", que manipula afetivamente a criança nos momentos da visitas, para influenciá-las a pedir para irem morar com ele.. Então, crianças que moravam com a mãe podem “repentinamente” pedir para irem morar com o pai, e então o pai ingressa com uma acção judicial de modificação de guarda, alegando “conduta moral reprovável” (ex: uso de entorpecentes, promiscuidade), negligencia ou maus tratos nos cuidados com a criança, ou mesmo acusações infundadas e inverídicas de agressão física

O divórcio é o 2.º acontecimento de vida mais gerador de stress, que nem sempre é fácil de gerir; aceitar o final de uma relação e adaptar-se a novas realidades é difícil e leva tempo. Por vezes o conflito que surge entre os pais afecta os filhos sem que estes o percebam. E isto acarreta consequências PARA OS SEUS FILHOS:

- Relações interpessoais: dificuldade em estabelecer relações de confiança com outras pessoas e em relações de maior intimidade;

- Baixa tolerância à raiva e hostilidade: dificuldades em lidar com situações que despertem emoções fortes como a raiva (“ferver em pouca água”), em aceitar o “não”.

- Problemas no sono e na alimentação: dificuldades em adormecer, pesadelos, sono inquieto; pode também existir falta de apetite.

- Maior conflitualidade com figuras de autoridade: dificuldades em seguiR ordens e orientações de figuras de autoridade (professores, polícias, superiores hierárquicos, …)

- Maior vulnerabilidade e dependência psicológica: auto-estima e auto-confiança mais baixas.

- Sentimento de culpa: a criança é constantemente forçada a escolher um lado e tomar partido, crescendo com um sentimento de culpa e de impotência.

- Doenças psicossomáticas: dores de cabeça, dores de barriga e outras são muito comuns de surgirem, em particular nas situações de stress.





Cada um reage à dor de uma separação da sua própria maneira, sendo que uma maneira construtiva é aceitando o fim da relação a nível emocional e cognitivo, reorganizar e redefinir a família. E isso leva tempo e energia, mas o resultado final é positivo para todos.


Sem tratamento adequado, este sindrome pode produzir sequelas que são capazes de perdurar para o resto da vida, pois implica comportamentos abusivos contra a criança, instaura vínculos patológicos, promove vivências contraditórias da relação entre pai e mãe e cria imagens distorcidas das figuras paternas e maternas, gerando um olhar destruidor e maligno sobre as relações amorosas em geral.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Luto: feridas que podem ser "saradas"




O luto, apesar de angustiante, é um processo pelo qual todos acabamos por passar. Ao longo da nossa vida, sofreremos a perda de pessoas que amamos e, também, de situações que para nós são importantes. Contudo, quotidianamente falamos e pensamos muito pouco acerca da morte e das perdas que sofremos. é normal, o ser humano evita falar daquilo que lhe causa angustia, daquilo que o magoa. A simples ideia de muitas vezes pensarmos que vamos perder um "ente querido", por si só, magoa-nos. Talvez por isso, seja tão difícil aprender a llidar com o luto – como nos sentimos, o que devemos fazer, o que é "normal" acontecer – e, aceitá-lo.

O luto é um processo normal que se desenvolve sempre que sofremos uma perda. Trata-se de um conjunto de sentimentos que necessitam de algum tempo para serem resolvidos e que não devem ser, de todo,  apressados.

Esta reacção ocorre em diversos tipos de perdas, incluindo:


• A morte de alguém significativo;

• O fim de um relacionamento significativo;

• Alguém que te é próximo e que está a experienciar uma doença crónica ou terminal;

• A perda de factores importantes na vida como segurança económica, um emprego ou curso que gostavas;

• A morte de um animal de estimação;

• Uma mudança negativa no que diz respeito à saúde ou funcionamento físico e psíquico


Quando se está a passar por um luto é normal sentir...


• Como se estivesses a ficar “louco”;

• Incapaz de se concentrar/ esquecimento;

• Zangado e/ou reactivo às coisas;

• Com a percepção de ficar mais sensível aos acontecimentos;

• Alterações de humor;

• Como se estivesse “anestesiado”;

• Ambivalente;

• Incompreendido e frustrado;

• Ansioso, nervoso e com medo;

• Falta de energia;

• Como se quisesse “fugir para bem longe” ;

• Culpa e remorso por coisas que não disse ou não fez.

A morte

Falemos agora, na perda mais significativa que alguém pode ultrapassar a morte de alguém.
Nos dias seguintes à perda de alguém importante, a maioria das pessoas passa por uma fase de descrença, como se não pudesse acreditar no acontecido (mesmo quando a morte era esperada). Este estado de torpor emocional pode ajudar a realizar os procedimentos burocráticos inerentes ao processo.

Todavia, poderá tornar-se problemático se persistir. Ver o corpo da pessoa falecida pode, para alguns, ser um meio importante de consciencializar a perda. Da mesma forma, o velório e o funeral podem ajudar o sujeito a confrontar-se com a realidade. Apesar de serem situações dolorosas, constituem um modo de dizer adeus àqueles que amamos. Na altura, estes acontecimentos podem parecer demasiado difíceis para que sejam vividos, mas o facto é que fugir aos mesmos pode levar a um arrependimento tardio.

Segue-se um período de grande agitação e ansiedade face à perda sofrida. Surge o desejo de encontrar
quem se perdeu, mesmo que tal seja impossível. O sujeito deixa de conseguir relaxar ou concentrarse e o sono pode ser perturbado.

Os sonhos podem ser muito confusos e algumas pessoas chegam mesmo a "ver" quem perderam nos sítios que estão associados a essa pessoa. É comum a pessoa em luto sentir-se zangada e revoltada com médicos, enfermeiros, amigos e familiares porque “não fizeram tudo o que era possível” ou mesmo contra a pessoa que faleceu e, assim a deixou.

Outro sentimento habitual neste processo é a culpa. A pessoa começa a pensar em tudo o que podia ter feito ou dito e que já não pode mudar, para impedir essa morte. De um modo geral, não é possível prever e impedir a morte, pelo que a pessoa em luto deve ser recordada disso.

O estado de agitação anteriormente referido é, geralmente, mais forte nas primeiras duas semanas, seguindo-se períodos de grande tristeza e depressão, retiro e silêncio. Esta mudança súbita de emoções pode deixar amigos e familiares confusos, mas faz parte do processo de luto.

Apesar da diminuição da agitação, os períodos de tristeza tornam-se mais frequentes e atingem o auge passadas quatro a seis semanas do sucedido. São frequentes as crises de choro e uma angústia intensa, sendo habitualmente despoletadas por pessoas, sítios ou acontecimentos que fazem lembrar quem se perdeu. Poderá haver uma tendência da parte da pessoa em luto para evitar os outros, o que poderá trazer problemas futuros e, por isso, será melhor regressar ao seu quotidiano o mais rapidamente possível.

Durante este período, pode parecer estranho aos outros que a pessoa em luto esteja numa atitude de aparente alienação. Porém, ela estará a pensar em quem perdeu, recordando constantemente os bons e os maus períodos que passaram juntos. Esta é uma fase silenciosa mas essencial à resolução do processo.

Gradualmente, a angústia resultante do luto começa a desaparecer. A depressão atenua-se e torna-se possível começar a pensar noutros assuntos e até em projectos para o futuro.

No entanto, o sentimento de perda nunca desaparecerá por completo.


Aqueles que ficam presos ao luto

Há pessoas que parecem não passar pelo processo de luto: não choram no funeral, evitam falar da pessoa que perderam e voltam à sua vida "normal" rapidamente. Outras pessoas poderão, pelo contrário, sofrer sintomas físicos e passar por episódios repetidos de depressão nos anos seguintes. Algumas pessoas podem não ter a oportunidade de passar pelo processo de luto da melhor forma, uma vez que têm de continuar a sua vida profissional ou familiar, não tendo disponibilidade para o fazer.


Ocasionalmente, a perda sofrida não é vista como suficientemente forte para que seja necessário proceder ao luto (após o nascimento de um nado morto ou depois de um aborto). Algumas pessoas podem iniciar o processo de luto e permanecer nele, sem o resolver. Nestes casos, a dor e a angústia por quem se perdeu permanecem, sem que a situação seja devidamente resolvida.

A pessoa pode continuar a não aceitar a perda sofrida, mantendo-se na fase de descrença referida atrás ou, por outro lado, só conseguir pensar em tal pessoa, mantendo, por exemplo, o quarto da pessoa falecida intacto, como um local de culto.

Ocasionalmente, a depressão que ocorre em todos os lutos pode agravar-se ao ponto de a pessoa deixar de se alimentar e de pensar em suicidar-se. Nestes casos será, obviamente, necessário recorrer a ajuda profissional especializada.


Como ajudar os amigos e familiares


A família e os amigos podem ajudar a pessoa em luto passando tempo com ela. Não se trata de falar com ela sobre o sucedido, mas antes de estar com ela e demonstrar que estão presentes nesta fase de dor e tristeza. É importante que a pessoa tenha alguém com quem chorar e falar sobre a perda sentida, se disso precisar. Gradualmente, o sujeito recompor-se-á mas, antes disso, terá de chorar a pessoa perdida e de falar sobre ela.

Só desta forma terá a oportunidade de dizer o que precisa e como se sente. É importante dar-lhe o tempo necessário para que possa ultrapassar pois, de outra forma, poderá não conseguir fazê-lo.

Muitas vezes, pode achar que os amigos e a família não lhe podem fornecer o nível ou o tipo de apoio que precisa no seu processo de luto. Certas pessoas podem estar elas próprias a vivenciar um luto, pode sentir que não têm um distanciamento suficiente face a si e ao processo ou podem transportar certos “mitos da sociedade” em relação à perda e ao luto. Nestes e noutros casos, um psicólogo pode ajudar a compreender melhor o seu  processoluto fornecendo a informação e o apoio necessários. Pode ainda disponibilizar um lugar seguro onde possa viver a sua dor inteira e naturalmente, ajudando-o a seguir em frente e a encontrar um significado continuado na vida.

Assim perante um processo de luto é importante:
• Procurar ajuda psicoterapêutica;

• Fazer exercício;

• Participar em grupos de apoio, religiosos ou não;

• Ler livros sobre o assunto;

• Manter a esperança;

• Participar em actividades sociais;

• Ter uma alimentação cuidada;

• Descansar e relaxar;

• Ouvir música.


Esta lista poderá ajudá-lo a ter uma ideia mais clara de como “gerir” o que estás a sentir. No entanto, cada um de nós tem o seu estilo próprio e único de lidar com a dor e por isso poderá a partir de aqui fazer uma lista só sua, mais adaptada às suas necessidades. Falar com amigos que tenham passado por um luto há pouco tempo poderá ajudá-lo a encontrar novos caminhos para lidar com o seu luto. Apesar de, ao limite, ter de ser você a perceber e sentir o que melhor se adequa a si e ao seu luto.

O luto é uma das experiências mais dolorosas e intensas que qualquer ser humano pode vivênciar e testemunhar. No entanto, quanto mais conscientes estivermos da intensidade e individualidade com que cada um vive este processo, mais facilmente o conseguiremos experienciar, tendo sempre em conta que a dor é inevitável.


Fonte: http://www.esscvp.eu/escola/servicos/gabinetes-tecnicos/apoio-psicologico/Luto.pdf