Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

2012: combater a sensação de incapacidade e desesperança- parte I

Pois é, estamos a caminho de 2012 e nos meios de comunicação social apenas se veincula uma mensagem: desespero, falta de motivação, CRISE. Todos nós conhecemos os estados “cinzentos”, esses períodos de dúvida, indecisão, melancolia e desesperança. Todos nós acreditamos que o próximo ano será tão horrivel, que não vamos conseguir fazer face ao que ai vem, crença reforçada por tudo aquilo que ouivmos na televisão, lemos nos jornais, na internet, nas pessoas que não falam de outra coisa...é assim que se sente? Miserável? Sem saida? triste?


Demasiado miserabilismo, melancolia, desgosto pode fazer mal. Quando a desesperança se instala, desenvolve uma vida própria que já pouca ou nenhuma relação tem com as causas iniciais. Chegamos a um estado em que simplesmente se instalou o hábito de estarmos tristes. Ficamos com dificuldade em gerir as nossas emoções, estas deixam de nos servir, pela persistência no tempo, e viram-se contra nós. Tem então inicio a espiral descendente dos estados deprimidos e incapacitantes. Sentimentos negativos, irracionais e inadequados provocam pensamentos desesperados, que acabam por exacerbar ainda mais o estado de abatimento em que nos encontramos.


Ao sentirmo-nos sem forças para mudar o rumo à nossa vida, acreditamos que nada poderá mudar para melhor. É assim que os estados deprimidos conduzem de uma forma perversa, uma situação em que o nosso desalento nos parece mais que justificado. Sem dúvida alguma que quem cair neste círculo vicioso não pode ser feliz. A depressão é a antítese da felicidade.

Nas suas formas mais profundas a depressão é uma desordem de humor que requer tratamento especializado. Por isso, quem, ao longo de um período de mais de quatro semanas, se sentiu, durante a maior parte do tempo, sem valor e sem vontade de fazer nada, se sofre de cansaço constante, insónias ou até talvez tenha pensado repetidamente sobre a própria morte, deveria o mais breve possível conversar com um psicólogo sobre o assunto. Estes estado de abatimento diário não são só incomodativos, como também acabam por tornar-se em autênticos inibidores do prazer e da alegria de viver.


DESAMPARO APRENDIDO

 Para conseguirmos actuar contra os sentimentos e pensamentos negativos temos de perceber de onde eles vêm. Atualmente e de acordo com a abordagem da psicologia positiva, parte-se do princípio de que um estado de abatimento duradouro advém da experiência de uma situação desagradável e incapacitante para a qual e apesar de a pessoa se ter esforçado, não foi encontrada uma solução satisfatória. A pessoa aprendeu que independentemente dos seus esforços para combater a situação todas as suas acções obtém o mesmo resultado negativo, estamos a falar do “desamparo aprendido”.

E é assim que hoje os portugueses andam a viver: por muitos sacrificios que façam, a crise não vai melhorar, vamos perder cada vez mais o poder de compra, vamos perder os nossos beneficios, vamos perder regalias, não vamos conseguir viver...não estaremos todos a resignarmos a esta situação? E o que podemos fazer para mudar?

 
A reter: O abatimento surge devido à resignação.



Através de experiências particularmente frustrantes ou traumáticas, uma pessoa poderia aprender que seus comportamentos são insuficientes ou inúteis para mudar ou controlar os fenómenos a que se vê exposto. Tal estado de desamparo levará a pessoa à desmotivação, passividade, falta de agressividade, deficiências sociais e sexuais e apatia geral.


Que Fazer?

Na realidade, a coragem e a vontade de viver dependem muito mais do modo como avaliamos uma situação do que da situação propriamente dita. São as nossas crenças que determinam o que sentimos e como vamos agir em determinada situação. É modificando estas crenças que podemos mudar o nosso estilo explicativo para um estilo mais optimista. Para isto, usamos o modelo, ABCDE:


■A – Adversidade. A situação a analisar.

■B - Crenças (Beliefs). Aquilo que pensamos acerca da situação pode não ser totalmente consciente.

■C –Consequências dessa crença. A forma como agimos ou como nos sentimos, consequência dos pensamentos. Os sentimentos dão-nos a pista para descobrir o que pensamos.

■D - Disputar a crença que já faz parte da rotina. A parte mais importante do modelo: questionar as crenças que mantemos inconscientemente.

■E - Energia que ocorre quando se disputa com sucesso. Sentimento de bem-estar que se sucede após percebermos que não somos obrigados a ver as coisas da mesma forma negativa como antigamente.


Solução: A parte mais importante deste modelo é a da disputa, que nos permite distanciar das nossas explicações pessimistas para as podermos analisar. Esta deve ser feita como se estivéssemos a disputar as afirmações de outra pessoa que nos quisesse ver infelizes. Devem-se procurar objectivamente as provas que apoiem essa explicação pessimista e, caso os encontremos, questionar a utilidade de manter essa crença e quais as consequências de o fazermos.





COMO A DESGRAÇA SE AUTOMATIZA


Umas quantas frases lidas pode mudar o nosso estado de espírito, mas o inverso é igualmente verdade. O estado de espírito também influencia aquilo que percepcionamos. A percepção e a emoção são permeáveis nos dois sentidos. Quando estamos abatidos temos uma grande propensão para repararmos em frases, situações ou acontecimentos compatíveis com o nosso estado. Ao ler o jornal repara-se em frases do género “o futuro é negro”, repara-se mais nas profecias pessimistas do género “não conseguiremos sair da crise”, estamos mais susceptíveis a ler as notícias de desgraças e pessoas sem sucesso.

Esta tendência para a confirmação pessimista do estado deprimido, tem uma razão de ser, o nosso lobo frontal, é uma parte do cérebro responsável pelas nossas memórias e também responsável pelas emoções, ao estabelecer ligações entre os dois canais de informação (memórias e emoções) gera-se uma tendência que todos nós temos para recuperar recordações tristes quando nos sentimos desanimados e deprimidos. É como se víssemos o mundo através de uns “óculos escuros”, a tendência do cérebro é manter esse estado de espírito negativo, é fá-lo escolhendo os estímulos que condizem com a situação emocional vivida. Pensamentos obscuros, experiências negativas, acontecimentos traumáticos, fracassos e recordações amargas adquirem primazia, ocupando a nossa consciência e atenção.


Desta forma, como já só vemos desgraças em todo o lado, o organismo reage de forma coerente. Os pensamentos negativos, passam a ter quase a totalidade da atenção de processamento do cérebro. O nosso cérebro é capaz de se aperceber de uma ameaça real, mas igualmente de uma imaginada, dando-lhe a mesma importância. Imaginamos até ao mais ínfimo pormenor aquilo que poderá vir a acontecer e preocupamo-nos com aspectos e acontecimentos altamente improváveis. O facto de pensarmos neles, gera mal-estar. isto mostra-nos até que ponto o fluir dos pensamentos e fantasia influenciam o nosso estado de espírito. Muitas vezes é a capacidade que temos para imaginar a infelicidade que nos torna infelizes.

Tente não lhes dar grande importância....



Então o que podemos fazer para combater a sensação de incapacidade e desesperança?


TRANSFORME O PENSAMENTO OU O SENTIMENTO EM ACÇÃO


Uma forma eficiente de mudar a visão de um problema é simplesmente mudar aquilo a que se está a dar atenção. Em vez de se concentrar na sua vida interior entre em acção. Em vez de se centrar em colocar a si mesmo questões complicadas, como por exemplo, “porque estou com este problema?”, “o que há de errado comigo?”, “o que fiz eu para merecer isto?”, sugiro que faça perguntas que sejam variações destas: “porque razão continuo a fazer, pensar e a prestar atenção ao que me coloca em baixo e que não é útil, que outras coisas poderia pensar, ou focar para alterar a situação em que me encontro?”

Recomendo-lhe que faça perguntas iniciadas por: com?, ou o quê? Por exemplo, em vez de se questionar porque só me acontecem a mim estas coisas desagradáveis e incapacitantes?, ou porque fracassam sempre as minhas relações amorosas?, faça perguntas mais produtivas, como o que posso fazer para alterar a situação? ou, como devo agir para que as minhas relações no futuro possam ser melhor conseguidas?


ALTERNATIVAS PARA ESCAPAR À INFELICIDADE


Nós sentimo-nos desmotivados e deprimidos quando o cérebro carece de actividade. Esta é a razão pela qual a natural reacção à infelicidade não ajuda: quem se desmobiliza acaba por tornar tudo ainda pior, pois o cérebro vê-se privado dos estímulos que lhe permitem retornar à actividade. A falta de vontade para enfrentar as mais pequenas tarefas do dia-a-dia, a paralisação dos sentimentos e do raciocínio vão crescendo.


A reter: A inactividade não é uma receita aconselhável contra o abatimento.

Podemos enfrentar estes estados de desânimo na nossa vida através de uma dupla estratégia:
■Esforçar-se para manter as pequenas tarefas e actividades do dia-a-dia, principalmente as mais subtis, vestir-se adequadamente, fazer a cama, alimentar-se, sair com os amigos, ir ao cinema, passear, lavar o carro, ir às compras.

■Controlar e dirigir os próprios pensamentos e sentimentos, de forma a que a ruminação e a sensação de tristeza profunda não se torne um hábito.



ESCAPAR AO DESÂNIMO

Sabe-se hoje que a actividade física promove as sensações e sentimentos positivos. A actividade física é um importante aliado do tratamento antidepressivo devido ao seu baixo custo e sua característica preventiva de patologias que podem levar uma pessoa a situações de stress e depressão. Os estudos que relacionam a actividade física à depressão têm verificado que as pessoas que praticam actividade física de forma regular reduzem significativamente os sintomas depressivos. Para além dos benefícios da libertação de endorfinas (“químicos do bem-estar”) no organismo, a prática esportiva permite ainda que a pessoa volte a sua atenção para as boas sensações que o corpo lhe transmite. É restabelecida a ligação às sensações corporais, permitindo desta forma um processamento de estímulos de bem-estar, devolvendo à pessoa o ânimo esquecido. Só o facto de estarmos conscientes de que conseguimos realizar algo para o nosso bem, e contra a resistência do comodismo, ajuda a afastar os estados deprimidos e melancólicos.


Algumas formas complementares para ajudar a gerir as emoções e ter controlo na sua vida, têm a ver com duas actividades “naturais” e ambas restauradoras das nossas energias: O relaxamento e o sono. E uma outra, mas pela negativa, causadora de tensão, frustração e sobrecarga: o Stress. As duas primeiras são armas que podemos e devemos utilizar para nos restabelecermos e melhor controlar os nossos estados de ânimo. Acontece, que perante as situações negativas da nossa vida e consequentes situações de incapacidade e desesperança, estes dois requisitos são tremendamente afetados pelo terceiro (o stress), prejudicando-nos ainda mais a clareza de pensamento e motivação. Desta forma, se está numa situação negativa da sua vida, com pensamentos derrotistas, de incapacidade e desânimo, pondere praticar algumas  técnicas simples de combate ao stress, relaxamento e melhorar os estados de insónia.

SOU CAPAZ DE ME AJUDAR

Acredito que numa situação em que tudo nos corre bem, em que estamos a ser produtivos no trabalho, as nossas relações desenvolvem-se de forma saudável, andamos animados e com boas perspectivas de futuro, possamos não ter necessidade de nos preocuparmos ou ocuparmos com algumas das actividades atrás referidas. No entanto quando a situação é inversa, devemos fazer o esforço de nos voltarmos para nós mesmo e dizer: ” Sou capaz de me ajudar”. Sim você é capaz de se ajudar a si mesmo, mas para isso é necessário mudar a perspetiva negativa que criou de si, do mundo e dos outros. É necessário alterar a perspetiva de vítima, para uma perspetiva de produtor, de actor, de protagonista da sua vida. É você que pode escrever diariamente o guião da sua vida, com uma grande vantagem, se ao produzir e executar esse guião (falas, comportamentos e sentimentos) não estiver como pretendido, pode sempre ter a possibilidade de reescrever novamente o guião, antevendo e imaginado o que quer dizer, fazer ou sentir e que estratégias vai utilizar para se assegurar que irá acontecer como deseja. Você tem a possibilidade de se ajudar a si mesmo.

Como já verificámos, o abatimento e a desmotivação, apesar de terem relação com os acontecimentos da nossa vida, estabelecem igualmente relação com a forma como interpretamos as coisas para nós mesmos, e o que fazemos para resolver os nossos problemas.. A estratégia a utilizar é desafiando esses mesmos pensamentos e implementar pequenas actividade com base no que você estabeleceu no seu guião de vida. Em seguida produza o seu próprio filme da “felicidade”. Não se iluda, você pode escolher aquilo que pretende sentir e o que deve fazer para lá chegar. Coloque-se no papel de produtor da sua vida e promova sensações de bem-estar e de capacidade.















quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Solidão: porque tendemos a sentir-nos tão sozinhos?



Nunca tivemos tanta facilidade na comunicação e ao mesmo tempo tanto isolamento como o que temos temos hoje. Se a Internet nos permite uma rápida ligação com as pessoas e nos favorece tanto a amplitude nos contactos, porque será que as pessoas tendem a sentir-se cada vez mais isoladas?

As salas de “chat” na Internet são exatamente um atractivo para as pessoas solitárias, sempre em busca de alguém com quem se possa gastar (desperdiçar?) algum tempo, sem comprometer a privacidade de cada um.

Por que esse tipo de contacto é tão procurado? Esta é uma maneira de envolver-se parcialmente, de esconder-se. É uma alternativa a um contacto sem compromisso, uma falsa aproximação, onde cada um faz apenas um contacto superficial, sem envolvimento real.

São vários os factores que parecem "empurrar" uma pessoa em direção aos relacionamentos “internéticos”, indicando que talvez esse comportamento não seja uma escolha, mas sim uma imposição.

Um dos factores é o medo. O contacto directo tornou-se perigoso. Quem é a pessoa que se aproxima e com que intenção?: Quantas são as vezes que em consulta me referenciam “Não tenho amigos porque sei que as pessoas se aproximam de mim por interesse. Em algum momento sei que me vão pedir alguma coisa. Já vi isto inúmeras vezes sei que pode acontecer novamente...

Um segundo factor é a competição nos vários sectores da vida diária individual. O outro é aquele que compete comigo no trabalho, no curso, na própria família, no sexo. O outro, ou a outra pode chamar mais a atenção do que eu. Assim, é preciso manter a distância e a privacidade.

O afastamento um dos outros, na verdade é um processo lento. Nas cidades do interior, por exemplo, antes da existência da TV, as pessoas levavam as cadeiras para as calçadas à noite, e ali ficavam a conversar com os que passavam. Será que hoje isto é possível ainda observar? Com o aparecimento da TV, as pessoas começaram a recolher-se, absortas com as programações, e automaticamente mergulhando nesse afastamento sem se perceberem.

Outro ponto é decorrente também da competição que se estabeleceu: a necessidade da informação. Essa necessidade “encurtou” o nosso tempo, pois a minha competência ancora-se naquilo que eu sei, no meu saber, na minha formação. Esse preparo é ampliado aos filhos, que também correm atrás do tempo.
Portanto, corremos com eles e por eles...

A falta de tempo instalou-se sorrateiramente na vida de cada um de nós de tal forma que a convivência tornou-se raridade e o isolamento estabeleceu-se como uma forma de vida inflexível e até irreversível.


Sem se aperceber, o ser humano adoeceu no isolamento, mas nem por isso mudou internamente. Continua carente de convívio e de relacionamentos profundos. Verdade?

Ter amigos e conviver profundamente com eles é a receita terapêutica para nossa saúde emocional...

Você ainda acha que a solidão é uma escolha?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Acabe com o stress treinando a sua mente: viva tranquilo


O stress é um instinto. O corpo reage quando se depara com uma ameaça real ou imaginária. A pressão arterial sobe, a freqüência cardíaca aumenta, a respiração fica ofegante, os músculos ficam tensos, dá dor de barriga. Alguma vez sentiu stress? De certeza que a resposta é "sim". 

Observem o que eu disse ameaça real ou imaginária, você pode tanto estar a ser atacado por uma pessoa furiosa como pode estar a imaginar que o seu namorado vai terminar consigo- você “percebeu” que ele está ultimamente com um ar distante, ou imagina que o seu chefe vai demiti-lo porque esta semana ele exigiu-lhe mais do que o normal. Independente de estas situações serem verdadeiras, se lhe passou pela cabeça que o seu chefe o vai demitir o corpo acredita, e acreditando começará a reagir como se fosse verdade. Na realidade o seu cérebro não sabe o que é real, tudo o que  você pensa, como o que  você vive de facto, é percebido pelo cérebro como realidade.   

A repetição dessa reação do seu corpo ao stresse faz com que você produza hormonas que podem ser perigosíssimas, podem desencadear desde uma simples dor de cabeça como a um enfarte. 


Sintomas relacionados com o Stress 

Os sintomas psicológicos podem ser: ansiedade, tensão, confusão, irritabilidade, frustração, ira, ressentimento, hipersensibilidade, você fica muito reactivo, passa a ter dificuldade na comunicação com as pessoas, afasta-se das pessoas, e o pior, sente-se isolado, insatisfeito com o trabalho, com a vida, aparece a fadiga mental, prejuízo do funcionamento intelectual, perda da concentração, da espontaneidade, da criatividade e  da auto estima. Enfim, você começa a odiar-se!   

Os sintomas físicos: Aumento da pressão sanguínea, problemas gastrointestinais, fadiga física, sudorese, problemas de pele, dor de cabeça, distúrbios do sono, etc.

Sintomas comportamentais: “Deixar para amanhã”, evita o trabalho,  você fica menos produtivo, uso e abuso do álcool e drogas tanto legais como ilegais, come em excesso, o que leva a obesidade, ou come muito pouco, depende de cada pessoa, a que costuma ter pouco apetite, em stresse esse apetite some de vez, quem tem mais apetite vira um leão para comer, e em casos de stresse mais graves pode acontecer até tentativa de suicídio.


Stresse interno e Stresse externo

O stress pode vir de fora de, como por exemplo problemas com a família, trabalho, amigos, ou pode ser interno, quando se luta com um conflito emocional, por exemplo, quando a pessoa se impõe a padrões muito elevados,  só se aceita se estiver tudo perfeito na sua vida, sofre um sstresse que ela mesma criou. Outros conflitos emocionais são as ansiedades, frustrações, angustias, mágoas, decepções, raivas, etc.

Consequências do stress

A principal hormona envolvida neste processo é o cortisol. Quando o stresse é passageiro a produção do cortisol é pouca, o suficiente apenas para o deixar alerta, o que é bom, porque lhe permite enfrentar a ameaça, mas se o stresse for crônico, todos os dias, toda a hora, a sua cabeça vive com mil preocupações como, por exemplo,  você remoendo o pânico de procurar emprego,  o marido que nunca chega cedo a casa, o seu chefe que sempre o acusa de erros nos seus relatórios, é essa timidez que o deixa sem graça diante das pessoas. Cada um destes eventos vai produzindo cada vez mais cortisol no seu seu organismo. O que é um perigo, tanto mental como físico, pois aumenta o risco de acumulação de gordura nas paredes das artérias, eleva a pressão arterial, enfraquece os glóbulos brancos, e com isso reduz a capacidade do organismo lutar contra as doenças. Já ouviram falar das tais doenças psicossomáticas? Do psicológico afectando o nosso corpo? Tudo começa por aí. Você passa por problemas psicológicos, traumas, torna-se emocionalmente debilitado e chega a um momento em que o corpo padece também.

Depois de anos de estresse o corpo começa a desmoronar: a memória vai diminuído, o sistema imunológico fica enfraquecido, ou seja,  você fica muito mais susceptível a tudo o quanto é doença e nem sabe porque, hipertensão, problemas de estômago, problemas dermatológicos, dificuldades digestivas, etc.

Porque é que algumas pessoas não se stressam?

Existem pessoas que passam por fortes situações, perdem um ente querido, por exemplo, e ainda assim superam, claro que com dor, luto, mas conseguem levar a sua vida normalmente. Não é porque a pessoa não gostava desse ente querido, gostava e muito. Existem pessoas que vivem com a agenda lotada 14 horas por dia de obrigações, coisas para fazer, trabalho e responsabilidades, e ainda assim vivem sem stresse, enquanto outros se desestruturam totalmente. Ou seja, algumas pessoas têm uma boa capacidade de enfrentamento e outras não têm, ou num dado momento têm boa capacidade de enfrentamento e em outro momento já vai tudo por água abaixo.


Pode ser que o individuo stressado nem sabe qual é a fonte de stresse, isso você percebe quando não há nada de muito mau na sua vida, mas ainda assim está morto de cansaço: “aparentemente minha vida não tem nada de catastrófico, mas eu não estou bem”. A resposta é:  você não dispõe de armas pra vencer o stresse.


Enfrentar os problemas

Enfrentar significa usar uma das três saídas:

1ª superar o problema,
2ª evitar o problema ou
3ª conviver com o problema.

Ou seja, ou você elimina o problema, ou evita do problema, ou aprende a conviver com ele. Isso é enfrentamento. Ex: O seu casamento  está a ser um problema, mas você não consegue resolver nem consegue sair do problema (não consegue separar-se), e nem dá para aprender a conviver com ele, aí sim, chegamos no stresse.  Você está num beco sem saída, está stressado.


O que fazer para combater o stresse 
 

Relaxar. Fácil falar, não? “Relaxa!” Já ouviram algo assim? É irritante, mas não deixa de ser verdadeiro, pois relaxando o corpo produz mais oxido nítrico, molécula antídoto contra o cortisol.     

Como relaxar  
Aprendendo a flexibilizar o pensamento. Aprender a pensar racionalmente. Aprender a resolver os problemas do dia a dia. Usar o lado esquerdo do cérebro - por mais que digam que se deve desenvolver o lado direito, que é o lado das emoções e da criatividade, na realidade o lado direito é responsável pelo descontrole emocional, quando  você fortalecer o lado esquerdo, que é o lado da lógica, do raciocínio, da atenção e do controle das emoções, você vai conseguir mais equilíbrio e paz de espírito. Quando você não consegue sozinho você pode contar com o trabalho do psicólogo e da psicoterapia.

Como a psicoterapia age no combate ao stresse?

Tratando da ansiedade e da depressão, ou seja tratando do seu estado psicológico. A psicoterapia faz esse serviço. Tanto a Terapia Cognitiva Comportamental como a psicanálise tenta ensinar a identificar os pensamentos automáticos destrutivos e a reavaliar a sua vida. Muitas pessoas sofrem por fazerem uma interpretação errada das situações do dia a dia. Por exemplo, uma pessoa acha-se imprestável e sofre porque vive como se isso fosse verdade, na terapia tem a possibilidade de identificar de onde vem essa idéia. Será que foi da sua criação? Será que a pessoa foi passando por situações negativas e repetitivas que foram estabelecendo esquemas negativos dentro de sua mente? O psicólogo trabalha para que essas crenças disfuncionais sejam corrigidas.    
 
Insegurança promove stresse

É preciso encontrar segurança interna. A pessoa segura não sente o stresse tão facilmente.  Ser seguro é perceber-se forte e resistente às emoções destrutivas. Não falo da percepção de segurança falsa, aquela adquirida com pensamento positivo, aquela coisa de acordar olhar no espelho e repetir “tu és lindo, forte e a tua vida é perfeita”, eu falo do pensamento racional, verdadeiro, que admite que haja adversidades, mas que  você pode encará-las como oportunidades de crescimento, sempre aproveitando a vida como aprendizagem. Aprender é sempre muito mais interessante do que nunca errar, nunca se deparar com o chefe chato, com o namorado que enrola, o trânsito, a chuva, o medo, etc.

Quando entendemos as situações que produzem stresse passamos a entender o próprio desgaste psicológico. stresse não é trabalhar muito e ficar cansado, isso  você recupera numa noite bem dormida, o verdadeiro stresse  é a “cabeça” cansada, a dificuldade em se tornar independente, a insegurança, a falta de auto-estima, o ciúme desproporcional e todas as situações onde você se sente vulnerável e incapaz de superar.

Desenvolvendo Recursos Pessoais

Um dos recursos pessoais mais importantes é o senso de auto-eficácia. Auto-eficácia significa que você acredita em  si mesmo,  você percebe que tem condições de enfrentar ou resolver os seus próprios  problemas. O senso de auto-eficácia pode ser adquirido naturalmente, ou seja, os sucessos que você teve no passado oferecem a base para perceber que poderá sair se bem nas próximas situações problemáticas da vida.
Quando a pessoa fracassa em algum momento da vida tende a considerar que as suas novas tentativas também vão dar em fracasso, o que não é verdade necessariamente, mas por não acreditar em si mesmo (não desenvolver o senso de auto-eficácia) nem tentará resolver o novo problema, o problema cresce, e pronto! Virou uma profecia que se auto realizou. Tanto achou que não iria resultar que não deu mesmo. 

Quanto mais fraco for o senso de auto-eficácia de uma pessoa, menos ela vai enfrentar os problemas e mais stressada ficará. Auto-eficácia é como uma lupa, se  você usar a mesma direito  você vai usar a lente de aumento e verá tudo de forma mais clara, tudo maior, mas se usar a lupa do lado contrário tudo fica muito difícil de ver. Auto eficaz é a pessoa que vê sua capacidade com a lente de aumento, e olha para os problemas com o lado que diminui. O stressado já olha os problemas pela lente de aumento, e mesmo sendo problemas pequenos ele os vê como insolúveis, insuperáveis.

Mesmo que a pessoa não tenha adquirido este senso naturalmente com a vida, ainda assim é possível desenvolve-lo através do trabalho do psicólogo, em psicoterapia.

Conclusão

Você pode treinar-se a se sentir melhor, independente do que esteja acontecendo na sua vida. O seu cérebro vai acompanhar esse treino e vai se alterar.  Você vai funcionar diferente. 

A decisão de ser feliz está em suas mãos. O estado mental está sob o nosso controle. Ele pode ser mudado com treinamento. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cuidado com as frases que usa para chamar a atenção do seu filho





Na hora do stress, da raiva, nem sempre é fácil controlar as palavras. Bradamos aos quatro ventos a nossa indignação, muitas vezes usando frases feitas e de uma enorme carga negativa. Já reparou quantas vezes isso acontece dentro da sua casa? Pois é, quando precisamos dar um "ralhete" nas crianças, geralmente apelamos para expressões que sem termos noção têm impacto nas crianças: “não fazes nada de jeito!”; “és um preguiçoso. Desse jeito, não vais ser nada na vida!”. Elas soam como meras explosões de fúria ou podem acarretar consequências no desenvolvimento dos mais pequenos?

Os pais precisam de ser cautelosos na maneira como falam com os seus filhos. “Quando os pais verbalizam para os filhos que eles não sabem fazer nada de jeito, as crianças podem crescer com esses conceitos, essas regras dentro delas mesmas. Dessa forma, há a possibilidade de elas não se sentirem capazes, quando adultas, por exemplo, de desenvolver um projecto no seu trabalho, não sentirem confiança no que fazem e nos resultados. 

Esse tipo de agressão verbal é muito mais comum do que aquilo que imaginamos. Mesmo os pais mais zelosos e carinhosos podem deixar escapar, num momento de nervosismo, frases comprometedoras. Muitas vezes, o stresse do dia a dia, a falta de tempo, a falta de ‘prática’, a cobrança que os pais fazem a si mesmos na procura de serem os mais adequados podem acabar  num aumento da auto-cobrança. Em momentos stressantes é mais fácil apresentar esses comportamentos. 


Regras e afins

Então, os pais não podem ralhar com os filhos quando eles estão errados? Muito se questiona a esse respeito, já que as gerações passadas foram criadas com muita repressão, palmadas e castigos.

A questão é  que  tipo de educação que queremos dar aos nossos filhos?  Ao dizer frases ofensivas – que, cá entre nós, não diríamos nem mesmo àquela pessoa chata que vive perturbando o nosso dia a dia – estamos ofendendo e muitas vezes comprometendo a auto-estima das crianças. 

Estamos lidando actualmente com uma geração de crianças questionadoras e cientes do seu papel no mundo. Diferentemente do que acontecia na época de nossos avós, hoje os pequenos têm uma relação mais próxima com os seus pais e exigem tratamento de igual para igual, sem distinção de hierarquia. Ao ouvirem ofensas, podem não entender que por trás das palavras duras existe apenas a intenção de educar.


Chamar o seu filho de burro,   preguiçoso ou “de um zero à esquerda” não vai ajudá-lo a avaliar onde está a errar. Isto pode estabelecer para a criança padrões errados de auto-percepção e, consequentemente, ter reflexo no seu futuro. 

O ideal é ser direto e objectivo. As mensagens devem ser claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos, assim o pequeno cresce num ambiente seguro. 

Quando isto não acontece, a linguagem fica no ar, permite à criança imaginar, supor uma infinidade de consequências. Esta sensação de ‘confusão’ pode gerar sentimentos de insegurança, ansiedade, instabilidade, já que esta não sabe claramente o que irá acontecer se tiver um ou outro comportamento.

Por exemplo: se você estabelecer que o seu filho precisa fazer a lição de casa antes de brincar, essa regra precisa ser cumprida, de forma a que a criança se sinta segura e consciente dos resultados. Quando ela quebra uma norma previamente estabelecida e não tem a punição - como não fazer a lição e ir brincar mesmo assim - passa a não respeitar as ordens da casa e dos pais.

10 frases que não se deve dizer ao filho:

"És mesmo burro".
" És mesmo um preguiçoso. Não vais ser nada na vida!"
"Vou te bater".
" Não me obedeces; nunca mais vou falar contigo."
"Se não me obedeces vais ficar um mês sem computador."
"Estás a comer que nem um porco."
"Já te disse isso mil vezes."
"Se mexer aí o papão vai te morder"
"Se não tomares o remédio, o médico vai te dar uma injeção."
"Porque é que você não faz como o seu irmão, que é tão obediente?"


“As regras são importantes para as crianças, pois são o alicerce de um ambiente seguro, confiante. Elas não precisam ser vistas como punitivas, podem ser vistas como demonstração de amor e de preocupação”.

Use mensagens claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos. Assim a criança cresce num ambiente seguro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pais que não têm tempo para os filhos

Filhos que estão na escola a maior parte do tempo e quando chegam a casa, não podem ficar em casa com a empregada, ainda mais com a crise, e se atiram para diversas actividades. Além da escola, têm aula de natação, futebol, judo, ténis, aulas de música, escuteiros, ocupações de tempos livres, etc…. etc….

Este é o quadro que temos hoje. Comum, sem dúvida, mas eficiente? Terão consequências ou já as têm que talvez nem estejam a ser identificadas pelos pais?

O tempo com filhos tem sido negligenciado ou considerado pouco importante pelos pais e, principalmente, pelas mães que colocam o trabalho como prioridade e os filhos em segundo plano, imaginando que com o resultado financeiro advindo do trabalho, estarão a dar a esse filho o melhor de tudo. Grande ilusão!

Não estou a dizer com isto que as mães não devem trabalhar, nada disso. A distorção desses valores é que se tem mostrado que temos crianças infelizes e despreparadas para enfrentarem uma realidade muito mais exigente do que parece.

Crianças que passam muito tempo longe da mãe muitas vezes desenvolvem um comportamento inseguro, pois a base da segurança vem da interiorização da figura materna e isso é feito na convivência profunda entre mãe e filho(a).

Pais que chegam tarde em casa e que convivem apenas de uma hora e meia a duas horas com filhos, têm dificuldade em discipliná-los por pena ou receio de se tornarem mal vistos por esses filhos, ou de parecerem antipáticos/maus.


Deixando de discipliná-los como convém, esses filhos tornam-se ditadores, manipuladores e autoritários. E é precisamente esta a maior dificuldade que hoje em dia os pais atravessm: disciplinar os filhos, como que perdem o controlo dos seus próprios filhos.  Como consequência disso, desenvolvem baixa resistência à frustração, pois não aprendem a lidar com situações que não são aquelas que eles planearam.

Em decorrência disto, tornam-se adultos infantilizados que na primeira dificuldade no trabalho, por exemplo, pedem demissão ou, na primeira crise em relacionamentos procuram logo novos parceiros para muitas vezes comlatarem a ausência que sentem interiormente. Igualmente, na primeira crise dentro do casamento, incapazes que sempre foram em lidar com situações de dificuldade, escolhem o divórcio como alternativa mais fácil e menos desgastante.


O resultado disso é o que temos visto dessa geração que começou a surgir nos anos 80, com a chegada da mulher ao mercado de trabalho. Geração, essa hoje, com jovens de vinte e tantos anos vivendo relacionamentos precários e passageiros, com parceiros descartáveis e flutuantes.

Esquema de criação estabelecido décadas atrás que se estende e se perpetua ainda hoje, onde crianças de 3,5,8, anos etc… vivem situações semelhantes. Pouquíssimas mudanças aconteceram nas últimas décadas, e podemos considerar mudanças para pior. Afinal, o mundo competitivo exige actividades múltiplas… transformado essas crianças em adultos bem-sucedidos. Será?

Será o adulto bem-sucedido aquele gerente de alguma empresa, com inúmeras pessoas que trabalham abaixo dele, mas que fica stressado ao extremo, levando a crises de depressão, de agressividade, síndrome do pânico e com dificuldade em lidar com frustrações e medo da competitividade. E, como consequência, o isolamento e dificuldade de aproximar-se das pessoas que podem ser potenciais inimigas?

Hoje em dia, sabemos que um adulto bem-sucedido, é aquele bem equilibrado emocionalmente, que consegue gerir bem situações de frustração e não tem receio da competição, pois conhece bem a sua tarefa, o seu lugar e sabe disso por ter uma auto-estima equilibrada e saudável. É bom lembrar que a auto-estima não se constrói aos trinta anos, mas é construída na primeira infância pelos pais que gastam o tempo observando a criança e acompanhando em detalhe a evolução de comportamento e personalidade, que aos três anos já está formada.

O criar de filhos exige renúncia, sacrifício e deixar de lado situações aparentemente prioritárias e engajamento absoluto no preparo dessa vida que um dia iniciou, na maioria das vezes, por escolha.
É necessário observar cuidadosamente se cada mãe em potencial se encaixa dentro da exigência da maternidade.

Caso não se encaixe, NÃO TENHA FILHOS! Nenhum ser humano merece, ainda que considerando que está a fazê-lo bem, ser negligenciado.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Aucontrole: como lidar com os outros quando nos tiram do sério?

Existem aquelas pessoas que especialmente nos tiram do sério. Provocam, mexem nas nossas feridas de uma forma que muitas vezes nem dá para entender se o fizeram de propósito ou por ingenuidade. São pessoas que fazem pedidos descabidos, são pessoas que simplesmente acham que tem mais direito que os demais. Ter autocontrole é fundamental para continuarmos a nossa vida sem precisar nos desentendermos com cada uma destas pessoas. Afinal de contas, não é porque a outra pessoa não ter bom senso que você precisa de ser igual.

Hoje em dia a competição profissional é cada vez mais intensa, temos que assumir cada vez mais riscos senão ficamos obviamente para trás. Temos milhões de coisas para fazer no menor tempo possível. Para quem é casado existem as exigências do casamento - o outro a querer atenção e você sem tempo ou paciência. Para quem é pai ou mãe, são os filhos que requisitam mais e mais. Para quem é solteiro é necessário equilibrar trabalho, amigos, as tarefas de casa, família e ainda arranjar uma namorada ou namorado - porque ninguém é de ferro e ninguém gosta de viver sozinho.

Não é difícil de perceber a quantidade de coisas que podem te afectar: um colega tipo “sabichão” que só sabe mesmo é o tirar do sério ou aquele chefe critico, um supervisor na defensiva, um filho endiabrado, uma esposa/marido que não colabora, o amigo que só lhee liga para falar dele mesmo e nem pergunta como você está, o parente invejoso, enfim, a lista é gigante.
As frases que mais se ouvem são: “O meu chefe deixa-me louco”. “Os meus filhos acabam comigo”. “Eu odeio quando... (preencha como quiser - pode ser um evento, uma tarefa, uma decisão, um prazo, uma crise ou uma incerteza)".

Muitas coisas podem abalar a vida do individuo: mudança de carreira, um divórcio, ou até um casamento (também abala, pensa que não?), a compra da sua casa, uma entrevista de emprego, o trãnsito, decisões para tomar... muitas decisões, mas a pior decisão que é: não decidir nada. É a decisão do medo! Ficar num cantinho vendo os outros a viverem e você só a sobreviver!

O que fazer para não sair do sério?
Auto-gestão é a resposta para lidar bem com isto tudo. Se você deixar existem muitas coisas para o tirar do sério e você precisa de não permitir que os factos do quotidiano e as pessoas o afectem tanto. Superar as dificuldades sem sofrer desnecessariamente.

Problemas todas as pessoas têm. Se você não tem, então você deve estar morto, pois basta sair para dar uma volta de carro para alguém se meter consgio e tentar tirar-lhe o controlo. Se você for mulher sabe que os compromissos de casa são um intenso desgaste - você sabe do que eu estou a falar. Sabe-se lá que outras circuntâncias esta exposto que o podem tirar do sério. Você não pode evitar que essas coisas aconteçam mas, pode aprender a lidar melhor com delas.

O que você não sabe é que foi você que permitiu que o tirassem do sério. Ninguém o tira do sério se você não deixar. O problema é que as pessoas não sabem como fazer para impedir a influência do outro.

Antes vou-lhe contar as três coisas que facilitam que o tirem do sério mas ao mesmo tempo fazem de você um ser humano: você pensa, sente e tem um determinado comportamento.

O que faz de você um ser humano           

Em primeiro lugar o pensamento . Mesmo que você queira, não consegue ficar um minuto sem pensar, mesmo quando a sua cabeça está longe, no mundo da lua, está pensar em alguma coisa. Muitas vezes as pessoas nem prestam atenção no que estão a pensar, ou seja, este pensamento não é consciente.

Em segundo lugar, aa pessoas estão quase que o tempo todo sentindo uma emoção . Pode ser algo só meio vago, pode estar meio irritado, meio feliz ou pode ser intenso como uma fúria, depressão, etc.

E, por fim, você está sempre se  a comportar-se , a fazer alguma coisa. Se você está agora a ler este texto, isso já é um comportamento, o comportamento de se concentrar num texto.

E é sobre isso que eu vou falar, o que lhe passa na cabeça, quais os sentimentos que o perturbam e o que você faz com tudo isso.

O problema está dentro de você           
 Esta é uma óptima noticia, pois se se o problema está com você, a solução também está ao seu alcance.
   
As pessoas costumam achar que o problema está sempre fora delas, ou seja, se você se irritou, é porque alguém o ofendeu, se você está depressiva é porque o outro te deixou assim, e por ai a fora. Mas na realidade o que o tira do sério não são as dificuldades que lhe aparecem, as pessoas difíceis que você tem na sua vida, os seus prazos curtos a cumprir, os sabichões, a irresponsabilidade dos outros etc.

Na realidade não é nada disto que o tira do sério. O que o tira do sério é você mesmo. É  a forma como você lida com todas as dificuldades com que se depara, ou seja, o que o afecta não são as coisas que lhe acontecem, mas os pensamentos, as interpretações e as reacções que você tem quando uma das referidas coisas acontece. 
Eu sei que até agora o que eu tenho é um conjunto de leitores incrédulos que penam: “Mas como? É claro que os meus problemas são essas coisas horríveis que me acontecem! Como é que a Carolina tem a coragem de dizer que o problema é a minha cabeça?”

Mas veja bem, isso é uma ótima noticia, porque esse é o segredo que lhe vai facilitar viver muito melhor. Estou a dizer-lhe que você tem o controle da sua vida, sobre o que lhe acontece. Como você se sente está na sua mão e não nas mãos dos outros ou do destino.

Como ocorre o processo interno que nos faz sair do sério           


Vou explicar. Primeiro, passo A, ocorre um problema, alguém lhe faz algo muito grave. Vamos dar o exemplo do trânsito: alguém lhe deu uma apitadela porque você não o deixou passar. Passo B: você reage ou fica furioso, persegue o individuo, briga com ele ou perde o dia porque fica irritado até muitas horas depois.

Mas antes de você reagir, de se alterar, de responder, algo aconteceu automaticamente na sua cabeça: você percebe, escolhe, analisa, julga, imagina. Enfim, tudo isso tem um mesmo nome, que é: você pensa!

Mesmo que esse pensamento seja muito rápido e você mal o perceba, você precisa dele para sentir raiva ou o que for, você precisa do pensamento para chegar a algum comportamento. O negocio é que muitas vezes esse pensamento é tão rápido que você não se dá conta dele.

Algumas pessoas não se dão conta disto, elas dizem: “O homem abriu a boca e o sangue subiu-me”. Aí, parece que o sangue lhe subiu à cabeça pelo que o individuo disse, parece que o sangue lhe subiu à cabeça porque individuo lhe disse aquilo. Mas o sangue subiu-lhe pelo o que você pensou a respeito do que o individuo lhe disse. Você teve que considerar uma ofensa, então essa fúria surgiu por sua causa, por causa de seus conteúdos mentais e não diretamente por causa do outro.
O que eu estou a dizer é: não importa o que lhe aconteça, é o que você pensa desse acontecimento que vai determinar se você vai explodir ou não.     
Às vezes você justifica-se, colocando a culpa nos outros ou nas coisas que lhee acontecem pelos comportamentos e pelo sofrimento pelo qual você está a passar. Mesmo porque você não tem poder sobre o outro. Você vai mudar o outro? vai fazê-lo ter consciência ou respeito? Muitas vezes, você não consegue fazer isso.

Assumir a responsabilidade pelos nossos sentimentos e comportamentos é muito importante. Em primeiro lugar não estou a dizer que você deve se culpar ou se recriminar. As pessoas usam a palavra culpa e responsabilidade como se fossem sinônimos, mas “culpar” significa “recriminar” e “responsabilizar” significa que você responde pelos seus sentimentos e atitudes. Assumir responsabilidade é saudável. Culpar-se é destrutivo.    
Quatro modos de pensar


 Existem quatro modos de pensar quando algo acontece. A boa noticia é que são só quatro e é fácil de entender. A má noticia é que, destas quatro maneiras, três são muito prejudiciais, são pensamentos enlouquecedores. Quero dizer que se você pensa de uma destas três maneiras você não vai lidar com a situação de forma sensata, você vai permitir que o outro o tire do sério e você vai reagir de forma descontrolada e desproporcional.

O Pensamento Enlouquecedor

O primeiro pensamento enlouquecedor é o chamado pensamento catastrófico. Isto significa que a pessoa transforma tudo em algo muito mais importante do que realmente é. É fácil de reconhecê-los, porque muitos pensamentos catastróficos começam com a expressão “e se”.

Por exemplo, você está na sala de espera de uma entrevista de emprego e a sua cabeça começa: “E se ele perguntar algo que não sei responder. E se não gostarem de mim. E se eu não for interessante?”.
Estas perguntas querem dizer que caso alguma dessas coisas aconteça não vai ser só uma preocupação, vai ser uma catástrofe. Entrando na entrevista com isso na cabeça você será obviamente derrotado, com muita certeza esses pensamentos vão virar uma profecia que se auto realiza.

No casamento aparecem muitos pensamentos catastróficos. “E se ele não me amar mais”. “E se ele não mudar”. “E se o trabalho vier sempre em primeiro lugar”. Um ponto interessante é que o problema não é exatamente a pergunta, o problema é a resposta. 

Outra forma de pensamento catastrófico é identificado quando ouvimos as pessoas começando frases assim: “eu fico louco quando...”, “não agüento quando...”, “isso acaba comigo...”, “eu odeio quando...” . Sempre que existem esse tipo de pensamentos, você fica mais susceptível às pessoas ou situações que lhe tirem do sério.

E você deve saber que entrar em pânico é a melhor maneira de você se tornar infeliz .

Quantas vezes você entrou em pânico por coisas que, quando realmente aconteceram, você viu que não eram tão más assim. Como, por exemplo, aquele que nem abre o resultado do exame com medo de ter uma doença tão grave que o médico vai lhe dar só alguns dias de vida, mas quando finalmente ele tem coragem vê que não tem doença nenhuma. Ou aquela pessoa que começa um emprego a achar que não vai conseguir aprender as funções, mas dali a alguns dias já está craque no serviço.

A boa noticia é que todos podem aprender como parar de entrar nessas situações de sofrimento desnecessárias.

Pensem comigo, porque seria melhor não entrar em pânico? Além de evitar infelicidade à toa, em pânico você não pensa com clareza, com lógica, você não tem chance de tomar boas decisões. E o melhor: se você reagir adequadamente, você não vai permitir que outras pessoas te façam perder o controle.    
O Pensamento Absolutista     
O segundo tipo de pensamento enlouquecedor é o pensamento absolutista. Os pensamentos absolutistas aparecem quando você pensa em coisas como “eu devo”, “eu tenho que”, “eu preciso”, “eu deveria”. “Eu deveria ter dito tal coisa”. “Eu tenho de ser mais organizado”. Todos nós fazemos isso algumas vezes ao dia. O problema aparece quando você exagera nessa autocrítica.

As pessoas fazem muito isso com a aparência: eu devia ter esta parte do corpo mais fina, mais grossa, maior, menor etc. Dizemos o tempo todo: eu deveria ser mais inteligente, maduro, criativo, desinibido, estável, confiante, decidido.

Pensamos que deveríamos ser mais sérios, mais alegres, mais maduros ou nunca envelhecer. E sabe o que acontece quando você se enche desses “deverias”? Você acaba por passar isso para os outros. Você acaba achar que os outros é que deveriam ser mais, ser menos, fazer isso ou aquilo.

Mas, a pior critica é a que se faz para si mesmo. Esse é o tipo de coisa que acaba permitindo que os outros nos tirem do sério. Porque quando você se critica tanto, qualquer olhar diferente que o outro faz para você já é uma reprovação, qualquer suspiro é uma condenação.

E como é que tudo isso começa? Na realidade começa lá na infância. Com certeza você teve pais dizendo: você deveria brincar com seu irmão, você deveria ser médico, advogado, piloto de avião. Você deveria ser o que eu quero que seja.

E vocês sabem qual é uma das fontes mais cruéis dos “deverias”? É a televisão. Ela vive dizendo que, se você não usar a pasta de dentes certa, se não tiver o corpo daquela modelo, se não usar aquele champoo, jamais você vai ser alguém na vida. A TV vive para convencer das coisas que você deve ter.

O Pensamento de Racionalização
O terceiro tipo de pensamento enlouquecedor é a racionalização. Vejam que raciocinar é uma coisa. Racionalizar é outra bem diferente. Raciocinar é entender as coisas como elas são. Racionalizar é negar os sentimentos.

Exemplo: você tem um filho difícil, ele dá-lhe muito trabalho. Dizer que você não se importa com ele é racionalizar. Dizer “chega, o meu filho pode ir para o inferno, eu não ligo, se ele quer arruinar a própria vida o problema é dele”. Porque nos sabemos o que vai acontecer. Você vai racionalizar assim por dois ou três dias, depois o pânico volta e aparece tudo de novo. E mais forte ainda.

Ou em outro exemplo de racionalização, a pessoa é tão tímida que chega a ter fobia social, tem uma dificuldade imensa em se relacionar com pessoas. E o que é que ela faz? Diz que não se importa com os outros, diz que prefere mesmo viver sozinha, comer sozinha, ir ao cinema sozinha. Ou nem sai de casa, diz que prefere ficar em casa. Mentira! Em psicologia chamamos isso de dissonância cognitiva, que são essas justificativas que as pessoas arranjam para dar sentido a uma coisa que não tem sentido nenhum.

De toda forma, a racionalização é uma tentativa de superar o problema. Mas é uma tentativa muito frágil.     

O Pensamento das Preferências Realistas     
Somos nós que nos irritamos, mas podemos aprender a deixar de o fazer. Como? Aprendendo a aplicar o quarto tipo de pensamento. Felizmente, há esse quarto tipo de pensamento que você pode ter quando alguém está tentando te tirar do serio. É fácil de entender, mas é difícil de colocar em prática. 

Este tipo de pensamento é do tipo de preferências. As mais eficientes são assim: “eu  sentiria melhor se...“, “eu gostaria de...”, “eu preferiria que...”, “seria melhor se...”.     

O pensamento realista não lhe garante que tudo vai dar certo, mas garante que vale a pena tentar, tentar e se corrigir e aprender a cada tentativa. O pior é ficar paralisado e não fazer nada, por puro medo.

Vamos a uma situação. Você tem um chefe que nunca diz o quando seu trabalho é bem feito, por mais que você se esforce, fique depois do horário. Ele não expressa a mínima consideração. O que ele faz é só apontar cada erro seu. Você até gosta do seu trabalho, mas nessa situação está a cansar. Bem antes de você pedir demissão e mudar para outro emprego com outro chefe igual ou pior, ou seja, antes de você trocar de problema, vamos analisar a situação.

Pensamentos que te levam ao pânico são: “E se eu tiver mesmo fazendo um trabalho medíocre? E se ele está farto de mim? Porque é que ele não pode fazer um só elogio”?

Agora os pensamentos críticos: “Que chefe péssimo que eu tenho. Ele precisa entender que funcionários precisam de estímulo. Porque é que eu trabalho tanto se só recebo criticas? Esse cretino precisa aprender a tratar as pessoas”.

Agora os pensamentos de racionalização podem ser: “É assim que funciona em todo lugar, toda empresa é igual. Vou apenas fazer meu trabalho, pegar o meu ordenado e chutar a porta, não vou esperar mais nada, não me importo”.

Os comportamentos das pessoas que tem esses pensamentos acabam sendo o de não se esforçar, tornar-se um sarcástico, passar a só reclamar, entrar em discussões com esse chefe ou recuar, guardar tudo para si e não dizer nada.

A solução é o pensamento realista. Eis alguns exemplos de pensamentos em termos de preferências realistas: “Gostaria que meu chefe apreciasse meus esforços, mas isso não significa que ele tenha que fazer. Preferiria que ele dissesse algo de positivo às vezes, gostaria que ele respeitasse meu trabalho e demonstrasse isso. Se ele não melhorar vai ser uma pena. Estou muito preocupado e comprometo.me a fazer o melhor possível a respeito, inclusive falar com ele sem parece alguém que só reclama”.

Os comportamentos que podem vir de quem pensa dessa forma são muito mais adaptados. A pessoa mantém o seu orgulho, o seu empenho, pode desenvolver um sistema de apoio onde os colegas de trabalho possam reconhecer-se uns aos outros. Quer o chefe melhore ou não, você vai ter lidado bem com a situação e não vai permitir que ele o tire do sério. Ou seja, você está sendo dono dos seus sentimentos, não está sendo refém dos outros.

Isto é muito importante: não ser refém dos outros. Você percebe a enorme diferença que aparece tanto na forma como você sente, como na forma que você se comporta e se dá conta que tudo isso depende da forma como você pensa.

Se você entende porque eu digo que o que te tira do sério não são os outros ou as coisas que te acontecem - que o que te tira do sério é você mesmo -, então você pode se autogerenciar e trabalhar essa cabeça para que ela funcione a seu favor e não contra você. Conte com seu psicólogo para trilhar este caminho de forma mais rápida e eficiente.