Na hora do stress, da raiva, nem sempre é fácil controlar as palavras. Bradamos aos quatro ventos a nossa indignação, muitas vezes usando frases feitas e de uma enorme carga negativa. Já reparou quantas vezes isso acontece dentro da sua casa? Pois é, quando precisamos dar um "ralhete" nas crianças, geralmente apelamos para expressões que sem termos noção têm impacto nas crianças: “não fazes nada de jeito!”; “és um preguiçoso. Desse jeito, não vais ser nada na vida!”. Elas soam como meras explosões de fúria ou podem acarretar consequências no desenvolvimento dos mais pequenos?
Os pais precisam de ser cautelosos na maneira como falam com os seus filhos. “Quando os pais
verbalizam para os filhos que eles não sabem fazer nada de jeito, as crianças
podem crescer com esses conceitos, essas regras dentro delas mesmas. Dessa forma, há a possibilidade
de elas não se sentirem capazes, quando adultas, por exemplo, de desenvolver um
projecto no seu trabalho, não sentirem confiança no que fazem e nos
resultados.
Esse tipo de agressão verbal é muito mais comum do
que aquilo que imaginamos. Mesmo os pais mais zelosos e carinhosos podem deixar escapar, num
momento de nervosismo, frases comprometedoras. Muitas vezes, o stresse do dia a dia, a falta de tempo, a falta de ‘prática’, a cobrança que os pais fazem a si
mesmos na procura de serem os mais adequados podem acabar num aumento da auto-cobrança. Em momentos stressantes é mais fácil apresentar esses
comportamentos.
Regras e
afins
Então, os pais não podem ralhar com os filhos
quando eles estão errados? Muito se questiona a esse respeito, já que as
gerações passadas foram criadas com muita repressão, palmadas e castigos.
A questão é que tipo de educação que queremos dar
aos nossos filhos? Ao dizer frases ofensivas – que, cá entre nós, não diríamos
nem mesmo àquela pessoa chata que vive perturbando o nosso dia a dia – estamos ofendendo e
muitas vezes comprometendo a auto-estima das crianças.
Estamos lidando actualmente com uma geração de
crianças questionadoras e cientes do seu papel no mundo. Diferentemente do que
acontecia na época de nossos avós, hoje os pequenos têm uma relação mais próxima com os seus pais e exigem tratamento de igual para igual, sem
distinção de hierarquia. Ao ouvirem ofensas, podem não entender que por trás das
palavras duras existe apenas a intenção de educar.
Chamar o seu filho
de burro, preguiçoso ou “de um
zero à esquerda” não vai ajudá-lo a avaliar onde está a errar. Isto pode
estabelecer para a criança padrões errados de auto-percepção e, consequentemente,
ter reflexo no seu futuro.
O ideal é ser direto e objectivo. As mensagens
devem ser claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos, assim o pequeno cresce num ambiente seguro.
Quando isto não acontece, a linguagem
fica no ar, permite à criança imaginar, supor uma infinidade de consequências.
Esta sensação de ‘confusão’ pode gerar sentimentos de insegurança, ansiedade,
instabilidade, já que esta não sabe claramente o que irá acontecer se tiver um
ou outro comportamento.
Por exemplo: se você estabelecer que o seu filho
precisa fazer a lição de casa antes de brincar, essa regra precisa ser cumprida,
de forma a que a criança se sinta segura e consciente dos resultados. Quando ela
quebra uma norma previamente estabelecida e não tem a punição - como não fazer a
lição e ir brincar mesmo assim - passa a não respeitar as ordens da casa e dos
pais.
10 frases que
não se deve dizer ao filho:
"És mesmo burro".
" És mesmo um preguiçoso. Não vais ser nada na
vida!"
"Vou te bater".
" Não me obedeces; nunca mais vou falar contigo."
"Se não me obedeces vais ficar um mês sem
computador."
"Estás a comer que nem um porco."
"Já te disse isso mil vezes."
"Se mexer aí o papão vai te morder"
"Se não tomares o remédio, o médico vai te dar uma
injeção."
"Porque é que você não faz como o seu irmão, que é tão
obediente?"
“As regras são
importantes para as crianças, pois são o alicerce de um ambiente seguro,
confiante. Elas não precisam ser vistas como punitivas, podem ser vistas como
demonstração de amor e de preocupação”.
Use mensagens
claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos. Assim a
criança cresce num ambiente seguro.
Moi bon post! Parabens.
ResponderEliminar:) obrigado
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