Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cuidado com as frases que usa para chamar a atenção do seu filho





Na hora do stress, da raiva, nem sempre é fácil controlar as palavras. Bradamos aos quatro ventos a nossa indignação, muitas vezes usando frases feitas e de uma enorme carga negativa. Já reparou quantas vezes isso acontece dentro da sua casa? Pois é, quando precisamos dar um "ralhete" nas crianças, geralmente apelamos para expressões que sem termos noção têm impacto nas crianças: “não fazes nada de jeito!”; “és um preguiçoso. Desse jeito, não vais ser nada na vida!”. Elas soam como meras explosões de fúria ou podem acarretar consequências no desenvolvimento dos mais pequenos?

Os pais precisam de ser cautelosos na maneira como falam com os seus filhos. “Quando os pais verbalizam para os filhos que eles não sabem fazer nada de jeito, as crianças podem crescer com esses conceitos, essas regras dentro delas mesmas. Dessa forma, há a possibilidade de elas não se sentirem capazes, quando adultas, por exemplo, de desenvolver um projecto no seu trabalho, não sentirem confiança no que fazem e nos resultados. 

Esse tipo de agressão verbal é muito mais comum do que aquilo que imaginamos. Mesmo os pais mais zelosos e carinhosos podem deixar escapar, num momento de nervosismo, frases comprometedoras. Muitas vezes, o stresse do dia a dia, a falta de tempo, a falta de ‘prática’, a cobrança que os pais fazem a si mesmos na procura de serem os mais adequados podem acabar  num aumento da auto-cobrança. Em momentos stressantes é mais fácil apresentar esses comportamentos. 


Regras e afins

Então, os pais não podem ralhar com os filhos quando eles estão errados? Muito se questiona a esse respeito, já que as gerações passadas foram criadas com muita repressão, palmadas e castigos.

A questão é  que  tipo de educação que queremos dar aos nossos filhos?  Ao dizer frases ofensivas – que, cá entre nós, não diríamos nem mesmo àquela pessoa chata que vive perturbando o nosso dia a dia – estamos ofendendo e muitas vezes comprometendo a auto-estima das crianças. 

Estamos lidando actualmente com uma geração de crianças questionadoras e cientes do seu papel no mundo. Diferentemente do que acontecia na época de nossos avós, hoje os pequenos têm uma relação mais próxima com os seus pais e exigem tratamento de igual para igual, sem distinção de hierarquia. Ao ouvirem ofensas, podem não entender que por trás das palavras duras existe apenas a intenção de educar.


Chamar o seu filho de burro,   preguiçoso ou “de um zero à esquerda” não vai ajudá-lo a avaliar onde está a errar. Isto pode estabelecer para a criança padrões errados de auto-percepção e, consequentemente, ter reflexo no seu futuro. 

O ideal é ser direto e objectivo. As mensagens devem ser claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos, assim o pequeno cresce num ambiente seguro. 

Quando isto não acontece, a linguagem fica no ar, permite à criança imaginar, supor uma infinidade de consequências. Esta sensação de ‘confusão’ pode gerar sentimentos de insegurança, ansiedade, instabilidade, já que esta não sabe claramente o que irá acontecer se tiver um ou outro comportamento.

Por exemplo: se você estabelecer que o seu filho precisa fazer a lição de casa antes de brincar, essa regra precisa ser cumprida, de forma a que a criança se sinta segura e consciente dos resultados. Quando ela quebra uma norma previamente estabelecida e não tem a punição - como não fazer a lição e ir brincar mesmo assim - passa a não respeitar as ordens da casa e dos pais.

10 frases que não se deve dizer ao filho:

"És mesmo burro".
" És mesmo um preguiçoso. Não vais ser nada na vida!"
"Vou te bater".
" Não me obedeces; nunca mais vou falar contigo."
"Se não me obedeces vais ficar um mês sem computador."
"Estás a comer que nem um porco."
"Já te disse isso mil vezes."
"Se mexer aí o papão vai te morder"
"Se não tomares o remédio, o médico vai te dar uma injeção."
"Porque é que você não faz como o seu irmão, que é tão obediente?"


“As regras são importantes para as crianças, pois são o alicerce de um ambiente seguro, confiante. Elas não precisam ser vistas como punitivas, podem ser vistas como demonstração de amor e de preocupação”.

Use mensagens claras, sempre explicando o porquê das coisas, das regras, dos nãos. Assim a criança cresce num ambiente seguro.

2 comentários:

Ha razao para ir ao psicólogo? Escreva-me e exponha o que sente, o que o perturba, o que precisa de esclarecer na sua cabeça....