Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Alienação parental: pais em luta pelos filhos





“ A decisão de ter um filho é uma coisa muito séria.
É decidir ter, para sempre, o coração fora do corpo”
E. Stone



A síndrome de alienação parental é um acontecimento frequente na sociedade actual, que se caracteriza por um elevado número de separações e divórcios.  Fala-se ultimamente em “Síndrome de Alienação Parental”; embora este termo não seja o correcto, a alienação parental existe quando um dos progenitores tenta repetidamente denegrir o outro progenitor junto da criança, habitualmente durante uma situação de divórcio; contudo não deixa de ser uma situação de maus-tratos emocionais para as crianças.


O filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro. A mãe ou pai monitoriza o tempo do filho com o outro genitor e também os seus sentimentos para com ele.

As estratégias de alienação parental são múltiplas e tão variadas quanto à mente humana pode conceber, mas a síndrome possui um denominador comum que se organiza em torno de avaliações prejudiciais, negativas, desqualificadoras e injuriosas em relação ao outro progenitor, interferências na relação com os filhos.

Este amplo quadro de desconstrução da imagem do outro pode incluir, por exemplo, falsas denúncias de abuso sexual ou de maus tratos, invocados para impedir o contacto dos filhos com o progenitor odiado, programando o filho de forma contundente até que ele mesmo passe a acreditar que o facto narrado realmente aconteceu. Estas não são situações de todo incomuns e apesar de ser um jogo de forças entre pai e mãe, quem sofre as consequências será sempre a criança que se vê integrada num jogo onde não pediu para jogar.

A Síndrome de alienação parental é um fenômeno que se manifesta principalmente no ambiente da mãe, devido á tradição de que a mulher é mais indicada para exercer a guarda dos filhos, notadamente quando são ainda pequenos.
Mas a SAP pode ser instaurada também pelo progenitor "não guardião", que manipula afetivamente a criança nos momentos da visitas, para influenciá-las a pedir para irem morar com ele.. Então, crianças que moravam com a mãe podem “repentinamente” pedir para irem morar com o pai, e então o pai ingressa com uma acção judicial de modificação de guarda, alegando “conduta moral reprovável” (ex: uso de entorpecentes, promiscuidade), negligencia ou maus tratos nos cuidados com a criança, ou mesmo acusações infundadas e inverídicas de agressão física

O divórcio é o 2.º acontecimento de vida mais gerador de stress, que nem sempre é fácil de gerir; aceitar o final de uma relação e adaptar-se a novas realidades é difícil e leva tempo. Por vezes o conflito que surge entre os pais afecta os filhos sem que estes o percebam. E isto acarreta consequências PARA OS SEUS FILHOS:

- Relações interpessoais: dificuldade em estabelecer relações de confiança com outras pessoas e em relações de maior intimidade;

- Baixa tolerância à raiva e hostilidade: dificuldades em lidar com situações que despertem emoções fortes como a raiva (“ferver em pouca água”), em aceitar o “não”.

- Problemas no sono e na alimentação: dificuldades em adormecer, pesadelos, sono inquieto; pode também existir falta de apetite.

- Maior conflitualidade com figuras de autoridade: dificuldades em seguiR ordens e orientações de figuras de autoridade (professores, polícias, superiores hierárquicos, …)

- Maior vulnerabilidade e dependência psicológica: auto-estima e auto-confiança mais baixas.

- Sentimento de culpa: a criança é constantemente forçada a escolher um lado e tomar partido, crescendo com um sentimento de culpa e de impotência.

- Doenças psicossomáticas: dores de cabeça, dores de barriga e outras são muito comuns de surgirem, em particular nas situações de stress.





Cada um reage à dor de uma separação da sua própria maneira, sendo que uma maneira construtiva é aceitando o fim da relação a nível emocional e cognitivo, reorganizar e redefinir a família. E isso leva tempo e energia, mas o resultado final é positivo para todos.


Sem tratamento adequado, este sindrome pode produzir sequelas que são capazes de perdurar para o resto da vida, pois implica comportamentos abusivos contra a criança, instaura vínculos patológicos, promove vivências contraditórias da relação entre pai e mãe e cria imagens distorcidas das figuras paternas e maternas, gerando um olhar destruidor e maligno sobre as relações amorosas em geral.


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