Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Terapia de Casal: entre o fim e o recomeço



O médico de 50 anos dizia-se especialista em terapias individuais e de grupoBrigas de dia, amuos ao deitar, silêncios ao chegar a casa, culpa ao final de anos. Nem um nem outro se lembram como começou. Ambos suspeitam que é o fim. Acabam no consultório a desfiar os queixumes. Ele passa muito tempo no trabalho e ela controla demasiado a vida dele; ele é egoísta e ela descuidada com a aparência; ele deixa a sogra intrometer-se na vida deles e ela não quer saber da família dele. Não ouvem o que estão a dizer, mas interrompem os insultos para ouvir o terapeuta e descobrir aos poucos que afinal há erros partilhados no cartório.
  
Entre marido e mulher há mais mudanças a acontecer. Tudo se passa dentro de um consultório, perante uma única testemunha - o terapeuta conjugal. As transformações estão em curso há pelo menos cinco anos, altura em que os casais portugueses começaram a recorrer mais à mediação familiar.

E a necessidade de pedir ajuda a um profissional é mais uma razão do aumento da popularidade dos terapeutas, acrescenta Manuel Peixoto, da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. "Hoje há uma maior consciência de que é menos difícil superar uma crise se existir alguém a facilitar o diálogo num local neutro."

Outras reviravoltas avançam em silêncio, e agora há também cada vez mais parceiros a tomar a iniciativa de procurar um terapeuta. "O homem vai perdendo o medo de assumir afectos e carências", diz o psicólogo.

Divergências. As famílias diminuíram em tamanho, mas continuam com o peso de sempre. As sogras, por exemplo, são uma questão complexa, mas Manuel Peixoto resume tudo a uma pergunta: "Quem faz a melhor sopa?" Ele diz que é a mãe dele; ela diz que é a mãe dela. Parece um desentendimento simples, mas é umas principais divergências conjugais. "Quanto maiores forem as diferenças na cultura familiar, maior o abismo entre os dois", alerta.


 
Falta de comunicação ou querer mudar o outro são rastilhos que a herança familiar acende sem que nem um nem outro percebam a origem do mal. "Chegam ao consultório angustiados porque vivem uma relação que não corresponde ao que esperavam", conta Margarida Vieitez. Atacar as causas é a melhor estratégia, e os especialistas explicam o que fazer, mesmo correndo o risco de perderem o emprego: "A melhor sopa é a que os dois conseguem inventar." Sem ceder a pressões de mamãs e de sogras.


É tarefa complicada e amor só não chega. É preciso pragmatismo na altura de definir as cláusulas do "contrato simbólico". Não há necessidade de cartório, mas as regras devem estar definidas: o que é feito em conjunto e em separado, qual o espaço para os amigos, quem lava a loiça, um sofá para dois ou para cada um. Tudo regulamentado.

 
E quem julga que honestidade é o melhor caminho está enganado. A infidelidade, outro grande desencadeador de crises conjugais, é um segredo a guardar para todo o sempre. Se cometeu uma traição - sem importância ou consequência -, não conte ao seu parceiro. "As mulheres lidam melhor com a culpa, mas os parceiros têm dificuldade em fazê-lo", diz Manuel Peixoto. Aliviam os remorsos, mas em contrapartida minam a relação: "Não há utilidade em contar a escapadinha de uma noite." Isso só faz sentido quando a relação extraconjugal assume importância. "Aí é caso para reflectir sobre as razões e procurar saber se a infidelidade resultou das fragilidades do casamento."

 
Desgaste. é a doença comum para casais de todos os feitios, idades ou queixas. "Podemos acompanhar recém-casados, casais com longas relações ou namorados que querem avançar para um compromisso mais sério", diz Patrícia Passarinho. Margarida Vieitez tem maior facilidade em identificar um padrão entre os seus pacientes: "Estão entre os 35 e os 45 anos, com casamentos entre os dez e os 15 anos, com dois filhos e pertencentes à classe média e média alta.

A monotonia que todos se queixam que se alastra no decorrer do casamento, muitas vezes é um mero pretexto para que ambos não reflitam que seus intentos de moldar o outro simplesmente fracassaram. Se pensarmos do ponto de vista histórico e sociológico chegamos à conclusão de que nossos pais ou antepassados fizeram de tudo para preservar o casamento, inclusive aceitando a plena infelicidade e insatisfação; hoje se nota que boa parte da energia é direcionada para a destruição completa da relação.

 
Resumindo conceitos:


O casal...

Surge quando dois indivíduos se comprometem numa relação que pretendem se prolonge no tempo. O casamento assinala que o compromisso foi assumido, pelo que falar em casamento neste contexto significa que dois indivíduos deram início ao ciclo vital do casal e, logicamente, da família, não sendo absolutamente necessário a sua ‘legalização’. O que está em questão é assumir o desejo de viverem juntos, a criação de um lar e de um modelo relacional próprio; referimo-nos a um processo, mais do que a um momento” (Relvas, 1996: 51).

Contra-indicações da T.Casal:


- inexistência de um mínimo de afinidades e interesses comuns

- ambos manifestam o desejo claro de se separarem

- a existência de relações extraconjugais ou qualquer outro segredo, que o sujeito quer manter

- a intenção claramente voluntária de um dos parceiros utilizar a terapia para prejudicar o equilíbrio psíquico do outro

- situações de natureza psiquiátrica: delírio de ciúme, estados depressivos graves (grande melancolia).

Se está a viver uma situação complicada com a sua cara metade não deixe de procurar ajuda. Muitas vezes os problemas perpetuam-se no tempo porque o casal nao fala daquilo que é realmente importante e uma relação acaba por esmorecer. Procure ajuda e concilie-se com a sua cara metade ou consigo próprio....

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