Se entrou aqui é porque provavelmente coloca a si mesmo a hipotese de recorrer à ajuda de um psicólogo. Hoje em dia, procurar ajuda psicológica especializada acaba por fazer parte do quotidiano de muitas pessoas, pelo que é perfeitamente natural que em algumas fases da sua vida, crítica ou não, necessite de recorrer a um psicólogo. Não é vergonha alguma dizer que se anda num psicólogo, porque muitas vezes as potencialidades de nos sentirmos bem estão dentro de nós, nós é que não as vislumbramos.........



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Solidão: porque tendemos a sentir-nos tão sozinhos?



Nunca tivemos tanta facilidade na comunicação e ao mesmo tempo tanto isolamento como o que temos temos hoje. Se a Internet nos permite uma rápida ligação com as pessoas e nos favorece tanto a amplitude nos contactos, porque será que as pessoas tendem a sentir-se cada vez mais isoladas?

As salas de “chat” na Internet são exatamente um atractivo para as pessoas solitárias, sempre em busca de alguém com quem se possa gastar (desperdiçar?) algum tempo, sem comprometer a privacidade de cada um.

Por que esse tipo de contacto é tão procurado? Esta é uma maneira de envolver-se parcialmente, de esconder-se. É uma alternativa a um contacto sem compromisso, uma falsa aproximação, onde cada um faz apenas um contacto superficial, sem envolvimento real.

São vários os factores que parecem "empurrar" uma pessoa em direção aos relacionamentos “internéticos”, indicando que talvez esse comportamento não seja uma escolha, mas sim uma imposição.

Um dos factores é o medo. O contacto directo tornou-se perigoso. Quem é a pessoa que se aproxima e com que intenção?: Quantas são as vezes que em consulta me referenciam “Não tenho amigos porque sei que as pessoas se aproximam de mim por interesse. Em algum momento sei que me vão pedir alguma coisa. Já vi isto inúmeras vezes sei que pode acontecer novamente...

Um segundo factor é a competição nos vários sectores da vida diária individual. O outro é aquele que compete comigo no trabalho, no curso, na própria família, no sexo. O outro, ou a outra pode chamar mais a atenção do que eu. Assim, é preciso manter a distância e a privacidade.

O afastamento um dos outros, na verdade é um processo lento. Nas cidades do interior, por exemplo, antes da existência da TV, as pessoas levavam as cadeiras para as calçadas à noite, e ali ficavam a conversar com os que passavam. Será que hoje isto é possível ainda observar? Com o aparecimento da TV, as pessoas começaram a recolher-se, absortas com as programações, e automaticamente mergulhando nesse afastamento sem se perceberem.

Outro ponto é decorrente também da competição que se estabeleceu: a necessidade da informação. Essa necessidade “encurtou” o nosso tempo, pois a minha competência ancora-se naquilo que eu sei, no meu saber, na minha formação. Esse preparo é ampliado aos filhos, que também correm atrás do tempo.
Portanto, corremos com eles e por eles...

A falta de tempo instalou-se sorrateiramente na vida de cada um de nós de tal forma que a convivência tornou-se raridade e o isolamento estabeleceu-se como uma forma de vida inflexível e até irreversível.


Sem se aperceber, o ser humano adoeceu no isolamento, mas nem por isso mudou internamente. Continua carente de convívio e de relacionamentos profundos. Verdade?

Ter amigos e conviver profundamente com eles é a receita terapêutica para nossa saúde emocional...

Você ainda acha que a solidão é uma escolha?

2 comentários:

  1. Tenho medo de nem sequer ser capaz de explicar o que me assusta e nunca me senti assim na minha vida nem sei lidar com isto.

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  2. Ola Paula! às vezes explicar e exprimir aquilo que nos preenche, como se costuma dizer "traansmitir o que vai cá dentro", poderá ser muito complicado, porque não experimenta escrever? Quando diz que nunca se sentiu assim, fala de estar sozinha? sentir-se sozinha? vamos caminhar para que esse sentimento não se perpetua....escreva-me e diga me aquilo que sente...carolina.bernardo.mesquita@gmail.com

    ate já paula

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Ha razao para ir ao psicólogo? Escreva-me e exponha o que sente, o que o perturba, o que precisa de esclarecer na sua cabeça....